Marília Arraes sobre a gestão João Campos: “Até agora, não mostrou a que veio”

Em 2020, Marília Arraes, então filiada ao PT, concorreu à Prefeitura do Recife numa disputa dura com o primo João Campos, regada a ataques e acusações. Indagada se restaram mágoas daquele período, Marília, concorrendo, hoje, ao Governo do Estado pelo Solidariedade, devolve:

“Se eu fosse ficar magoada na política, eu não saía de casa, ficava chorando todo dia. Quem tem que estar magoado é o povo, porque caiu em fake news, em mentira e, hoje, está nessa situação”.

Marília, entrevistada nesta segunda-feira (22), na série de sabatinas promovida pela Rádio Folha FM 96,7, emenda: “Recife está na situação que está. Pernambuco está na situação que está”. Questionada sobre como será a relação com João Campos, caso seja eleita governadora, Marília faz a seguinte consideração:

“Em relação às relações institucionais, que haja, porque o povo não pode ser penalizado por divergências políticas. A gente, quando senta numa cadeira do Executivo, tem que ter maturidade de buscar diálogo e benfeitorias necessárias para a população”.

E acrescenta: “De minha parte, não vai ter entrave nenhum em relação a isso, seja com o Recife ou com qualquer município ou Governo Federal”. E avisa: “Vamos trabalhar para que tudo isso seja superado e para que palanques fiquem na eleição”.

Instada a avaliar a gestão João Campos, Marília Arraes não arrodeia e critica:

“O Recife tem sofrido muito com a falta de infraestrutura de uma maneira geral. É uma gestão que, até agora, não mostrou a que veio e é, de fato, a continuidade da gestão anterior, que já era ruim para o povo do Recife. É ainda um prognóstico do que eles querem fazer com o Estado, porque venderam que seria algo novo e o que o Recife está vendo é continuar com as mesmas mazelas e dificuldades que havia na gestão anterior”.

Ela arremata: “E, agora, estão vendendo como algo novo uma candidatura que vai ser daqui, se por acaso ganhar essa eleição, que ainda bem que o povo está apontando que não vai ganhar, seria daqui para pior”. Marília se refere à candidatura de Danilo Cabral, do PSB, que concorre também ao Governo do Estado, encabeçando palanque de Lula, que conta também com apoio de Marília.

Me dê motivos…

Marília Arraes descarta que o deputado Sebastião Oliveira tenha levado falta no encontro, em Brasília, em que Lula recebeu parlamentares aliados para sessão de fotografias, em função de ter indicado cargo no governo Bolsonaro. É dele a indicação de Fernando Leão para a diretoria-geral do Dnocs. “Sebastião é do Avante. E, tanto eu quanto ele, atuamos muito fortemente, desde antes daquela data, para retirada da candidatura de André Janones (ao Planalto) e pelo apoio formal do Avante a Lula. Inclusive, na semana passada, Sebastião estava com (ex) presidente Lula. Então, não tem por que estar vinculando isso de indicação ou do que for”.

…para ir > Marília completa: “Sebastião vota em Lula. Inclusive, antes da retirada da candidatura de Janones, o presidente nacional do Avante, Luis Tibé, liberou o diretório de Pernambuco para apoiar Lula. Não foi por isso que ele não compareceu”.

Se homens… > Sobre João Campos, ter determinado a distribuição de absorventes de forma gratuita, medida que é tema de projeto de sua autoria, aprovado no Congresso, mas alvo de veto do presidente Bolsonaro, Marília vê com bons olhos: “Quem bom! Vários municípios tiveram essa iniciativa. Vamos empreender esforços junto ao Governo Federal para que esse projeto não somente seja colocado em prática, mas para que seja ampliado”.

…menstruassem > Marília chama essa lei de “porta de entrada” e alfineta: “Se os homens menstruassem, provavelmente, esse assunto já estaria resolvido, já haveria acesso a absorventes”.

 

Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo

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