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Sexta-feira 13 de agosto

Antigo ditado popular diz que “Agosto é mês do desgosto”. Talvez por terem tantas tragédias acontecido neste mês. Começou a Primeira Guerra Mundial (1º de agosto de 1914), Hiroshima e Nagazaki foram bombardeadas (6 e 9 de agosto de 1945), Hitler tornou-se líder na Alemanha (2 de agosto de 1934). Aqui no Brasil, morreu o governador pernambucano Agamenon Magalhães (24 de agosto de 1952), Getúlio cometeu suicídio (24 e agosto de 1954) e Jânio Quadros renunciou (21 de agosto de 1961). Superstição é mesmo crença sem lógica. Vem do latim superstitio – “excessivo receio dos deuses”. Para Câmara Cascudo (em Dicionário do Folclore Brasileiro), “participa da própria essência intelectual do homem, e não há momento na história do mundo sem sua inevitável presença”. Seja, então. E são muitos os que padecem desse mal. “Era supersticioso Napoleão e era também Bismarck. É livre de toda superstição qualquer jumento, o que prova que a liberdade do espírito não é incompatível com o comprimento das orelhas”, escreveu Carlos Cirilo Machado, 2º Visconde de Santo Tirso (em De Rebus Pluribus, Lisboa, 1923). De Portugal nos vieram muitas dessas superstições. Como não passar debaixo de escada; ou se livrar de espelho quebrado; ou correr de gato preto. E, também, ter medo do número 13. Principalmente quando esse dia do mês cai na sexta-feira. E se for em agosto, piorou. Como aconteceu na semana passada. 

São muitas as superstições na culinária, também. Nunca devem sentar numa mesma mesa treze pessoas, por serem 13 os que participaram da Última Ceia – Jesus e mais doze apóstolos. Nossos índios, em suas mesas, apenas evitavam comer os “animais totens” – aqueles que lhes protegiam. E escravos africanos não deixavam restos de comida no prato, para que não fossem aproveitadas por espíritos atormentados. Algumas dessas superstições se originaram, provavelmente, da tentativa do colonizador português em ensinar bons hábitos nas refeições – nunca dizer nome feio, sentar sem camisa ou usar chapéu. Não só isso. Nunca passar saleiro diretamente para a mão de quem pediu. Nem comer o primeiro ou o último bocado. Não deixar beber o resto do copo, pois revelará todos os seus segredos. Quando pegar o prato usar a mão direita, e devolver com a mão esquerda – que trará fartura à mesa. Vinho derramado é alegria. Sal na toalha é mau agouro. Dinheiro é miséria. Farinha no chão é sinal de progresso. Não cumprir esses rituais, segundo a crença popular daqueles primeiros tempos, seria grande ofensa ao Anjo da Guarda – presente em todas as refeições. E donzelas, bom lembrar, não deveriam servir sal, passar o paliteiro ou cortar galinha.

Há superstições, também, em outros hábitos alimentares. Como o de acender o fogo, em um tempo em que fogões eram ainda todos a lenha, claro. Se o fogo demorar a pegar, nunca praguejar – que atrai os maus espíritos. Nunca acender com papel – que a comida ficará sem gosto. E, se começar a sair faísca, jogar alho – para mandar embora os maus espíritos. Na hora de apagar o fogo, nunca usar água nem pisar nas brasas – que trará dificuldade em acender novamente. Na hora de cozinhar, alguns cuidados também. A comida deve ser sempre mexida em uma única direção e por uma única pessoa – para que não fique sem gosto. Não usar faca para misturar a comida na panela – que “fará mal a quem comer”. Não deixar nunca a colher dentro da panela, nem descansando na borda – que ( 13 morreu em acidente durante o Grande Premio de Monaco,altera o ponto de cozimento. Nem bater com ela na borda da panela – que desanda (perde o ponto). E quando uma mesma panela queimar a comida várias vezes, é que “ficou viciada” – e, melhor será, colocá-la de lado.


Todos sabemos que nada disso tem qualquer fundamento científico, claro. É só superstição. Mas, pelo sim pelo não, quem acredita recomenda-se usar figa, ferradura, pé de coelho, trevo de quatro folhas, ramos de arruda ou de alecrim. Ainda bater na madeira e tomar banho com sal grosso. 

RECEITA: COMPOTA DE FRUTAS SECAS (que as frutas secas trazem sorte, segundo superstição que nos vem dos antigos gregos e romanos)

INGREDIENTES;


200 g de damascos secos


200 g de maçãs


200 g de passas sem caroço


2 paus de canela


5 cravos


Um pedacinho de gengibre fresco sem casca


100 ml de mel


1 e ½ litro de água


PREPARO:


· Passe todas as frutas secas na água quente. Escorra e coloque tudo em panela grande.


· Junte o mel e a água. Junte também canela, cravo e gengibre (amarrados em um saquinho de gaze).


· Deixe ferver e abaixe o fogo. Cozinhe até que as frutas fiquem bem macias. Retire o


saquinho das especiarias, despeje a compota em uma compoteira e pode servir. 

Fonte: Folha PE
Autor: Letícia Cavalcante

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