Evento promovido pela Gerência da Pessoa com Deficiência abordou questões de gênero e inclusão. (Foto: Marlon Diego/PCR)
A Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos das pessoas com deficiência reconhece a necessidade de medidas para garantir o pleno exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais das mulheres e meninas com deficiência. Com base nesse compromisso, a Gerência da Pessoa com Deficiência, vinculada à Secretaria Executiva de Direitos Humanos, promoveu um seminário nesta quarta-feira (10 ), na sede da Prefeitura do Recife, destacando os desafios enfrentados por mulheres com deficiência na atualidade.O evento teve como objetivo atender mulheres com deficiência e a comunidade em geral, buscando promover a conscientização e a inclusão.
O seminário ocorreu em um contexto de reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, especialmente no Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Apesar dos avanços conquistados ao longo do tempo, as mulheres com deficiência ainda enfrentam obstáculos relacionados ao preconceito, à violência e à desigualdade de oportunidades. Com base em dados do IBGE, percebe-se que uma parcela significativa da população feminina em Pernambuco e em Recife declara possuir alguma deficiência, reforçando a importância de abordar essa temática.
A secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, Ana Rita Suassuna também esteve presente no evento e destacou que o seminário é um lugar importante de discussão sobre a questão da mulher, o enfrentamento da mulher com deficiência no dia a dia e no seu protagonismo enquanto mulher. “Debatemos a questão da sexualidade que a mulher com deficiência tem direito e que infelizmente ainda há muito preconceito, assim como existe dificuldade de acesso ao emprego”, ressaltou Ana Rita Suassuna.
O evento contou com a participação de especialistas, incluindo Arenilda Duque, chefe da Divisão da Pessoa com Deficiência, que abordou os direitos humanos das mulheres com deficiência no mercado de trabalho, e Luzia Eduarda Santos, advogada especializada em inclusão no mercado de trabalho.
“A mulher com deficiência ainda encontra muita dificuldade em ser inserida no mercado de trabalho, de ser vista como pessoa com capacidade laboral e seu acesso para ingressar na iniciativa privada ainda é muito difícil”, mencionou Luiza que também é servidora da Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife.
Ela apresentou um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do instituto revelam que existem mais de 47 milhões de pessoas com deficiência no Brasil e que 52% são mulheres. Porém de cada dez pessoas com deficiência empregadas apenas duas são mulheres. “Isso comprova que existe uma exclusão desse grupo no mercado de trabalho”, acrescentou Luzia. Ela ainda revelou que é menos desafiador ingressar no setor público porque existe legislação para isso, prevista nos editais e seleções públicas.
Além disso, foi apresentada uma palestra sobre a sexualidade da mulher com deficiência, conduzida por Rebeca Castro, assistente social e pedagoga. O seminário também incluiu debates para promover a troca de ideias e experiências.
Com uma programação diversificada e relevante, o evento buscou ampliar o debate sobre os desafios enfrentados pelas mulheres com deficiência e contribuir para a promoção da igualdade e da inclusão.