A Polícia Civil apreendeu, nesta segunda-feira (6), um adolescente de 15 anos por suspeita de assassinar a tiros, com outro homem maior de idade, uma idosa de 63 anos no Centro do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR).
Em depoimento, ele confessou o crime e disse que ambos atiraram na vítima porque desconfiavam que ela repassava informações à polícia sobre o tráfico de drogas na área, onde os dois atuavam. A desconfiança teria se dado porque a docente mantinha câmeras de segurança em casa.
Os detalhes foram repassados durante coletiva de imprensa nesta segunda (6). A professora aposentada Edna de Souza Fonseca foi morta com um tiro no rosto na manhã do domingo (5), enquanto passeava com o cachorro, um poodle, que também foi baleado e morreu na hora.
De acordo com o titular da 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH), Caio Morais, o crime foi premeditado. “O menor já sabia que ela tinha o costume de sair com o cachorro pela manhã. Quando ela saiu, elas a renderam e a levaram a um ponto cego, onde a câmera não filmou, e depois retornaram”, disse.
Ainda segundo o delegado, o adolescente disse que atirou no cachorro porque o animal teria tentado atacá-lo. “Essa é a versão que ele alega. […] Eu não acredito, [até por ser] um poodle, todos disseram que era um cachorro muito dócil, [que] inclusive, andava pela rua sem coleira”, comentou.
Apreensão e infração
O suspeito foi encontrado na manhã de ontem no bairro da Charnequinha. “Tivemos a informação de colaborador da delegacia, que deu a rua exata onde o menor estaria escondido. Fizemos uma campana e conseguimos visualizá-lo. Foi feita a abordagem, e ele não reagiu porque já sabia que as imagens [do crime] estavam sendo divulgadas em todos os meios”, relatou o delegado Rodrigo Bello. Na ouvida, o adolescente contou que tinha se escondido na casa de uma irmã.
Inicialmente, foi dito que os criminosos já tinham mandado a professora tirar as câmeras da residência, mas agora o delegado afirmou que vai investigar com os parentes se esse contato anterior, de fato, aconteceu e se a vítima sofrera ameaças antes do crime. Outro ponto que será averiguado é se o assassinato foi praticado a mando de outras pessoas.
“O alvo era ela, sim, porque, na cabeça deles, ela botou as câmeras no sentido de denunciá-los”, informou o delegado Rodrigo Bello. “E ele não fala isso baseado em algum fato. Ela nunca entrou em contato com a polícia. Isso foi uma ideia formada por eles de que, devido às câmeras, ela tinha a intenção de ‘caboetar’. Mas essa história não se confirma”.
O adolescente responderá pelos atos infracionais correspondentes ao homicídio e ao crime ambiental por maus tratos a animais. Ele foi encaminhado à Unidade de Atendimento Inicial (UNIAI) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). O segundo suspeito continua sendo procurado.
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