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Plano de Agroecologia inédito tem entre as metas principais a implantação de 180 hortas e pomares comunitários no Recife até 2024

Documento elaborado pela Secretaria Executiva de Agricultura Urbana da Prefeitura do Recife  em parceria com a sociedade foi apresentado em evento online

Foi apresentado, nesta segunda-feira (4), o primeiro Plano de Agroecologia do Recife, tendo entre as metas principais a implantação de 180 estruturas de produção – como hortas comunitárias e pomares – no município até 2024. Entre outros objetivos para os próximos três anos estão a implantação da coleta de orgânicos e da compostagem em 20 escolas da rede municipal. O evento também marcou a adesão do município ao Pacto de Milão – iniciativa global de segurança alimentar e sustentabilidade. O plano é uma iniciativa da Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana. 

 “A prioridade é a segurança alimentar. Com o advento da pandemia a fragilidade social se agravou e bateu bem mais forte nos mais necessitados e esse é um cenário que precisa mudar. O plano é a materialização de um processo que começou em março, com o Seminário de Agroecologia, e que é fruto de uma decisão política do prefeito João Campos de estimular a produção agrícola de forma sustentável. Com isso também enfrentamos o problema das questões climáticas, que é outro compromisso firme dessa gestão”, comentou o Secretário de Política Urbana e Licenciamento do Recife, Leonardo Bacelar.

“Nosso objetivo é intensificar a produção de alimentos através de práticas saudáveis e sustentáveis, além de promover a educação ambiental. Há uma certa dificuldade em ocupar determinadas áreas do município para esse fim e uma das nossas metas é justamente destravar esse processo, desenvolvendo assim uma economia solidária”, explicou a Secretária Executiva de Agricultura Urbana do Recife, Adriana Figueira.

O lançamento do Plano de Agroecologia também marca a adesão do Recife ao Pacto de Milão, iniciativa criada em 2015 pelo então prefeito da cidade italiana, Giuliano Pisapia. O pacto prevê a adoção de esforços, no âmbito municipal, para o aumento da segurança alimentar. À época da criação, 100 cidades no mundo foram signatárias – hoje são 212 delas, que contam com uma população total de 350 milhões de habitantes (o Recife incluso). “Como signatários do Pacto de Milão, nos comprometemos a desenvolver sistemas alimentares inclusivos, resilientes e marcados pela diversidade, para proporcionar alimentação acessível e que conserve a biodiversidade”, disse Adriana Figueira.

A Coordenadora de Baixo Carbono e Resiliência do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), Leta Vieira, explicou o que significa a adoção de uma política de segurança alimentar partindo da produção sustentável. “Ou mudamos nosso estilo de vida e de consumo ou chegamos a um patamar do qual não conseguiremos mais voltar. Hoje o que o Recife está fazendo, junto com várias outras iniciativas que já são adotadas, é dar um salto substancial nesse sentido”

Além de nortear a produção de alimentos e de ervas medicinais livres de agrotóxicos, o Plano contribuirá com a requalificação do ambiente urbano pela criação de microclimas. Também vai favorecer a ocupação de terrenos urbanos vagos e estéreis, focos de contaminação e transmissão de doenças, com vistas à proteção da saúde da população em geral e do meio ambiente. Além disso, também servirá para perpetuar os saberes populares e o acesso ao tratamento de doenças de forma mais natural. “É importante também destacar que a produção de alimentos na cidade diminui a distância entre o que é produzido e consumido, gerando benefícios em termos de menor emissão de gases do efeito estufa pelo transporte de alimentos por longas distâncias e menor desperdício de alimentos.

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