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O prédio foi atingido pela segunda vez em dois dias

Um arranha-céu em Moscou que é sede de três ministérios russos foi atacado por um drone pela segunda vez em dois dias.

O ministro da Defesa russo culpa a Ucrânia pelos ataques. Kiev ainda não comentou oficialmente, mas alertou a Rússia que a guerra – que começou oficialmente no início de 2022 – em breve pode se deslocar para o território russo.

O prédio atacado faz parte do IQ Kvartal (ou IQ Quarter), um complexo de edifícios de uso misto composto por dois arranha-céus. O prédio abrigava o Ministério do Desenvolvimento Econômico, o Ministério Digital e o Ministério da Indústria e Comércio. Ninguém ficou ferido no ataque – os funcionários das agências do governo estavam trabalhando de casa.

É o mais recente de uma série de ataques de drone feitos à Rússia nos últimos meses.

Um assessor da Presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, diz que vai haver “mais drones, mais colapsos e mais conflitos civis” e que Moscou está rapidamente se acostumando com um “guerra em ampla escala”.

A Rússia diz também que destruiu barcos ucranianos sem tripulantes que tentavam atacar navios russos no Mar Negro.

Guerra chega à Rússia

A Rússia tem acusado repetidamente a Ucrânia de bombardear seu território com drones nos últimos meses e chamado os episódios de “ataques terroristas”.

Embora a Ucrânia não tenha assumido responsabilidade por nenhum ataque específico, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que ataques em território russo seriam um “processo inevitável, natural e absolutamente justo”.

De acordo com relatos na mídia russa monitorados pela equipe da BBC Verify (BBC Verifica), neste ano já aconteceram mais de 120 ataques a drones na Rússia e no território ucraniano controlado pelos russos.

Os ataques ficaram concentrados nas regiões russas de Bryansk e Belgorod, próximo à fronteira com a Ucrânia, e na Criméia, região ucraniana que foi anexada pela Rússia em 2014.

Houve uma série de ataques de drones na região de Moscou nos últimos meses, que fica a cerca de 450 quilômetros da fronteira, incluindo uma onda de ataques em 30 de maio que danificou vários prédios.

A Rússia acusou a Ucrânia de tentar matar o presidente Vladimir Putin em um suposto ataque à sua residência no Kremlin em 3 de maio, o que Kiev nega.

Instalações de petróleo, aeródromos e infraestrutura de energia foram alvos em 2023.

Identificamos pelo menos nove ataques de drones relatados em depósitos de petróleo. Um deles foi em Sevastopol, uma grande cidade da Crimeia, que foi atingida em 29 de abril, destruindo vários de seus tanques de óleo.

Em 31 de maio, uma refinaria de petróleo foi incendiada no território de Krasnodar, no sul da Rússia, a cerca de 200 km (124 milhas) da fronteira com a Crimeia. O governador regional disse que provavelmente foi causado por um drone.

E em dezembro do ano passado, um ataque de drone atingiu uma base aérea 600 km (372 milhas) a nordeste da fronteira ucraniana, deixando três pessoas mortas, de acordo com os militares russos.

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Imagem do que parece aser um drone de fabricação ucraniana

O quão longe os drones da Ucrânia podem voar?

Drones foram usados por ambos os lados no conflito, com a Rússia usando drones de fabricação iraniana em alvos na Ucrânia.

A Ucrânia diz que está aumentando rapidamente sua produção de drones à medida que a demanda cresce na linha de frente.

Em termos de alcance, especialistas dizem que os drones lançados da Ucrânia podem atingir profundamente o território russo e até Moscou, que fica a cerca de 450 km da fronteira.

O especialista em drones Steve Wright diz que é possível que um drone atinja o Kremlin tendo sido lançado de dentro da Ucrânia.

“Meu palpite é que o drone foi lançado de muito mais perto do que isso, pois isso evitaria que ele tivesse que passar pelo desafio de enfrentar muitas das defesas de Moscou”, diz Wright.

O ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, gabou-se de um drone ucraniano chamado R18 que “pode voar de Kiev a Moscou e voltar”. Mas ele negou que estivesse pedindo ataques de drones em Moscou.

A Turquia vendeu drones armados Bayraktar TB2 para a Ucrânia nos últimos meses, enquanto o fabricante turco dos