Começa, às 6h14 desta terça-feira (21), o inverno no Hemisfério Sul. Em Pernambuco, a estação é marcada pelo período de maior incidência de chuvas e temperaturas mais amenas. A estação segue até 22h04 de 22 de setembro, quando terá início a primavera na região. O inverno tem início com o solstício, fenômeno astronômico que ocorre duas vezes no ano.
O coordenador do Observatório Astronômico da Sé, administrado pelo Espaço Ciência, Cleiton Batista, lembra que quem mora no Hemisfério Sul terá, nesta terça-feira, a noite mais longa do ano. A estação é marcada pela menor incidência da radiação solar.
“A data marca, oficialmente, o início do inverno em nossa região. Ou do verão, para quem está no Hemisfério Norte”, detalha Cleiton. Ele explica que as quatro estações do ano acontecem por causa da inclinação do eixo do planeta, que faz com que o Sol não ilumine todas as regiões de igual maneira.
Nos solstícios, o Sol atinge a maior declinação em relação à Linha do Equador. Por isso, há diferença entre a duração das noites e dos dias. “Para quem mora perto da Linha do Equador, essa diferença não é tão perceptível. Mas, para quem está mais ao Sul ou ao Norte, as noites podem ser até quatro horas mais longas ou mais curtas”, explica o coordenador.
Mais chuvas e frio na média
De acordo com a climatologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), no Recife, a temperatura mínima média histórica chega aos 20,6º C em setembro. Antes da abertura oficial do inverno, este ano, a capital pernambucana chegou a registrar 21,0º C.
Em relação à temperatura, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê o predomínio de temperaturas próximas e acima da média em grande parte da região Nordeste, incluindo Pernambuco.
Prognóstico do Inmet espera chuvas acima da média histórica por causa dos efeitos do La Niña e do padrão de águas mais aquecidas próximo à costa. A tendência de mais precipitações vale para toda a faixa próxima ao litoral do Nordeste. Também é uma característica típica do inverno a intensificação dos ventos, especialmente na faixa litorânea.
Meteorologista da Apac, Aparecida Fernandes ressalta os detalhes da previsão do tempo para a estação. “As chuvas tendem a ficar acima da média no Litoral e na Zona da Mata, em alguns lugares dentro da faixa do normal. No Agreste, deve ficar normal e no Sertão, não é mais o período chuvoso”, explica.
Ela cita que as temperaturas mínimas podem chegar, segundo a média, a casa dos 15º C no Agreste, 16º C no Sertão, e em torno de 20º C no Litoral e na Zona da Mata. Essas temperaturas costumam ser registradas durante a madrugada. “É o período em que ocorrem as menores temperaturas em todo o Estado. Como esse ano está chovendo acima do normal, pode ser que as temperaturas não mudem tanto”, completa Aparecida.
Oposto ao El Niño, o La Niña se caracteriza principalmente pelo registro de temperaturas abaixo da média na superfície da parte do Oceano Pacífico que fica próxima à Linha do Equador, o que afeta o clima na América do Sul.
Uma reunião marcada para esta terça-feira entre os centros meteorológicos estaduais do Nordeste deverá indicar o prognóstico climático para a região para os meses de julho, agosto e setembro.
Observatório da Sé
O Observatório Astronômico da Sé é administrado pelo Espaço Ciência e funciona de terça a domingo, das 16h às 20h.
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