Recife, que popularmente ficou conhecido onde nasce o oceano Atlântico graças à junção dos rios Capibaribe e Beberibe, toma um inédito mergulho para o Carnaval 2024, cuja identidade visual é assinada pela artista Isabella Galvão. Com inspiração na confluência dos universos imagéticos dos homenageados Lia de Itamaracá e Chico Science, a identidade visual da folia trará para os festejos de momo o rico ecossistema da fauna e flora litorâneas ao mesmo tempo em que evoca a fantasia e provoca o olhar sobre o inusitado.
Isabella também se ancorou na obra da cronista visual Djanira, artista plástica do século passado, cujas telas versavam sobre o cotidiano dos povos brasileiros, seus costumes e rituais, bem como de suas manifestações culturais. Com traços orgânicos e repletos de texturas diversas, a identidade visual traz uma paleta de cores quentes, onde o frescor do azul do céu e do mar se fazem presentes, os tons de verde da vegetação do mangue litorâneo, bem como o laranja vibrante e tropical, entre outras.
Os universos de Chico Science e de Lia, bem como o encontro entre o oceano e o mangue estuarino se retroalimentam. Assim, pescadores e catadores de caranguejos figuram ao lado de cardumes de peixes, pássaros, uma antena parabólica fincada no mangue, enquanto estrelas do mar embelezarão a decoração da cidade para a maior e mais democrática festa da cidade. Em contrapartida, o surrealismo lúdico se faz presente com ilustrações que promovem a mescla de humanos e animais, criando fantasiosos tritões e sereias, também acompanhados de elementos musicais como os instrumentos de sopro e percussão que fazem a beleza do Carnaval do Recife.
Isabella Galvão – Recifense, 30 anos, Isabella Galvão é radicada em São Paulo há dois. A artista visual se traduz em desenho desde sempre, mas abraçou o design de moda em sua formação inicial. Após se aprofundar na direção de arte no ramo publicitário, abraçou a tatuagem. A persistência no segmento da ilustração e do desenho diário a fizeram encontrar sua identidade, onde exerce a pintura e a ilustração como sacerdócio.
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