Enquanto as chegadas e partidas no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, seguem o ritmo diário, uma mega operação vai começar hoje a transformar uma das pistas de apoio do local no circuito de Stock Car mais rápido do calendário. Em cinco dias, a organização do GP do Galeão terá a missão de deixar pronto o traçado a ser utilizado no domingo com o mínimo de intervenções possíveis e o máximo de segurança ao público e aos pilotos.
Serão 3.225 metros com sete curvas e a maior reta do automobilismo brasileiro, com 1.550 metros , que trarão a maior velocidade final da Stock Car, prevista em 260km/h, e permitirão muitas ultrapassagens nos 24 metros de largura.
Deixar tudo isso pronto a tempo hábil da liberação da pista na sexta-feira e os treinos de sábado é o grande desafio. Mais de 25 pessoas trabalharão diariamente na montagem do traçado, das áreas de escape e das barreiras de proteção. Ao todo, serão 800 metros de barreira de concreto — 200 peças de 2,7 toneladas cada — e 270 módulos com 8.200 pneus no total em 420 metros de extensão.
— O maior desafio na operação é por não podermos intervir na pista, não podemos furar, pintar. Vamos usar uma cola especial, que se dissolve com solvente, para colocar as zebras. Temos de entregar na quarta-feira do mesmo jeito que nos entregaram. Para os pilotos, é o ineditismo da pista. Nenhum piloto andou ali e não sabe como o carro se comporta. Vai nivelar todos os pilotos — explica o idealizador da pista Luis Ernesto Morales, responsável pela engenharia da Fórmula 1 em Interlagos há 22 anos.
O projeto vem sendo idealizado desde meados do ano passado. Nesse período, várias possibilidades de traçados foram desenhadas. A final foi inspirada no circuito de Cleveland, com a diferença de que, no Rio, a pista do aeroporto não está desativada.
Justamente por não poder sofrer tantas intervenções, a pista não se assemelha totalmente a um circuito temporário de rua — que tem de ser todo isolado por barreiras. Pela disposição das retas longas e de alta velocidade, o trajeto se assemelha a um anel externo. O piso feito para aviação, no entanto, e deve ser mais irregular e gerar mais desgaste de pneus, apesar da velocidade das retas.
— Eu já competi em aeroporto na Alemanha, em Berlim, venci três corridas lá e espero que isso se repita agora — disse Cacá Bueno.
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Fonte: Folha PE
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