Crédito, REUTERS/Karen Toro

Legenda da foto,

Fernando Villavicencio em evento de campanha nesta quarta-feira (9), antes de ser assassinado, em Quito

*Esta matéria está sendo atualizada. Mais informações em breve

O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, 59 anos, foi assassinado nesta quarta-feira (09) com três tiros na cabeça, no final de um comício na capital, Quito.

Um membro da campanha de Villavicencio disse à mídia local que o candidato estava entrando em um carro quando um homem se aproximou e atirou. O autor do disparo conseguiu fugir do local rapidamente.

Mas, segundo a Procuradoria do Equador, um suspeito do crime foi detido momentos depois e morreu após troca de tiros.

O presidente Guillermo Lasso, que está fora da corrida eleitoral, disse estar “indignado e chocado” com o crime. Ele convocou uma reunião de emergência para tratar do ocorrido.

“Pela sua memória e pela sua luta, garanto-vos que este crime não ficará impune”, disse.

“O crime organizado foi longe demais, mas o peso da lei cairá sobre eles.”

Villavicencio era jornalista de profissão. Desde maio deste ano, ele ocupava uma cadeira na assembleia legislativa pelo partido Alianza Honestidad até se lançar como candidato independente às eleições presidenciais previstas para 20 de agosto.

A violência, impulsionada pela presença crescente de cartéis de droga no Equador, tornou-se um tema central na corrida à presidência.

No mês passado, Lasso declarou em algumas ocasiões estado de emergência e toques de recolher em três províncias, depois de uma sequência de mortes ligadas ao crime organizado.

Além da segurança, a campanha de Villavicencio focou no meio ambiente e no combate à corrupção, tema que ele cobriu no início da carreira como jornalista.

Na semana passada, o candidato havia afirmado que ele e a equipe foram ameaçadas pelo líder de uma gangue ligada ao tráfico de drogas.

A candidata Luisa González, que lidera nas pesquisas, também condenou o ato e suspendeu seu ato de campanha em Carapungo, ao norte de Quito.

“A notícia é muito triste. As diferenças políticas se resolvem nas urnas, não com violência. Nos solidarizamos com a família de Fernando Villavicencio. Quando pegam um, atingem todos nós”, afirmou González.

Esse foi o segundo assassinato ocorrido nesta campanha eleitoral no Equador. Em 17 de julho, o candidato à Assembleia Nacional Rider Sánchez foi assassinado na província costeira de Esmeraldas.