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Análise: conquista do Brasil no Sul-Americano sub-20 lembra 2011 e empolga com geração promissora

Coincidências não faltam entre as seleções do Brasil que disputaram o Sul-americano sub-20 de 2011 e o deste ano, encerrado ontem, na Colômbia. Não apenas pelo título, conquistado na última rodada após vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai, com gols de Andrey Santos e Pedrinho já no fim de uma partida muito complicada, e que encerra um período de frustrações no torneio. A equipe se despede com Vitor Roque na artilharia (há 12 anos foi Neymar) e com um camisa 5 que impressiona pela técnica (Casemiro antes e, agora, o próprio Andrey). A campanha irretocável aumenta as expectativas em relação a atual geração. Mas o quanto esta conquista é capaz de dizer sobre o futuro destes atletas?

O time de 2011 foi farto de jogadores cujas carreiras se consolidaram internacionalmente. Neymar (PSG), Danilo, Alex Sandro (ambos na Juventus), Casemiro (Manchester United), Oscar (Shanghai Port) e Lucas Moura (Tottenham) estão entre os principais nomes. Além de titulares em clubes de elite das ligas mais importantes do mundo, os quatro primeiros vestiram a camisa da seleção na Copa do Qatar. Técnico da seleção na conquista da década passada, Ney Franco aposta num futuro semelhante para o grupo atual:

“O resultado dá muita moral para uma geração. Aqueles resultados de 2011, tanto do Sul-Americano como do Mundial (do qual o Brasil também foi campeão), confirmaram a geração de Neymar, Lucas, Oscar, Casemiro, Danilo, Alex Sandro, Willian José… E acho que a atual está indo pelo mesmo caminho. A seleção é uma vitrine enorme. Quando é vitoriosa, os atletas voltam com mais visibilidade nos seus times e também mais conhecidos pelos clubes europeus que têm condição de compra. Então o resultado traz uma perspectiva de futuro melhor”, afirmou o treinador.

O grupo atual conta com atletas de talento já reconhecido. É o caso do atacante Vitor Roque, que aos 17 anos já trocou o Cruzeiro pelo Athletico e, agora, está na mira do Barcelona. Quem já atua no futebol europeu, apesar da pouca idade (18), é Andrey Santos. Depois de se destacar como titular do Vasco na Série B do ano passado, o meio-campista foi contratado pelo Chelsea.

Embora menos badalados, outros nomes também se sobressaíram na campanha atual. Entre eles, o goleiro Mycael, do Athletico; o lateral-direito Arthur, do América-MG; e o meia Guilherme Biro, do Corinthians. Isso sem contar aqueles não liberados por seus clubes, que já contavam com eles para o começo da temporada. São os casos, por exemplo, dos atacantes Endrick (Palmeiras, já vendido para o Real Madrid), Matheus França (Flamengo) e Ângelo (Santos).

Se irão corresponder às expectativas, só o tempo irá dizer. Mas o caminho para isso já começa agora. E tem uma primeira etapa que vai até maio, quando será disputado o Mundial sub-20, na Indonésia. Para este torneio, a concorrência aumenta, pois não costuma haver o veto dos clubes.

“É importante ver como eles vão se comportar agora. E como os próprios clubes vão ver estes atletas. Porque alguns podem não ter muitas oportunidades por serem novos ainda. Vai depender muito das comissões técnicas e do próprio atleta. Às vezes, tem um pouco de relaxamento. Eles pensam: ‘Conseguimos o que não conseguiram nas duas últimas edições (a vaga para o Mundial)’. Mas agora têm o desafio de serem convocados justamente para o Mundial”, opina Erasmo Damiani, ex-coordenador de base da CBF e hoje gerente na formação do Atlético-MG.

Entre gerações

Tradicional potência também na base, o Brasil perdeu protagonismo no Sul-americano nas quatro edições anteriores. Apenas em uma delas, a de 2015, conseguiu vaga para o Mundial (e, ainda assim, com a última das quatro vagas).

Isso não significa, contanto, que talentos não tenham surgido neste período. Espaçados entre gerações diferentes, a seleção contou com nomes como Richarlison, Lucas Paquetá, Gabriel Menino, Rodrygo e Vini Jr. Mas acompanhados também por muitos que não corresponderam às expectativas. O que acaba mostrando também os méritos da comissão técnica atual, liderada por Ramon Menezes.

“Não adianta nada ter uma geração boa nos clubes se você não tem capacidade de captação, de montar uma boa seleção. E, olhando de fora, a impressão que tenho desse trabalho desenvolvido pelo Branco como coordenador e com a chegada do Ramon é que ele realmente é bem feito. Estão sabendo aproveitar toda a estrutura da CBF e foram felizes na convocação”, analisou Ney Franco.

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Fonte: Folha PE

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