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A seleção brasileira de futebol despediu-se da Copa América sem chegar às semifinais. Os sonhos, entretanto, não acabaram

A seleção brasileira de futebol tropeçou perante um adversário histórico, o time do Uruguai, sem tomar nem fazer gol no primeiro e no segundo tempo. Jogou de igual para igual contra a forte seleção uruguaia, que teve um jogador expulso por falta violenta contra Rodrygo impossibilitando-o de jogar o restante da partida.

O juiz, inicialmente apresentou o cartão amarelo, demorando a fazê-lo, e só depois de consultar o VAR decidiu expulsar o autor da falta, cuja maldade foi inquestionável. Pareceu-me que a seleção uruguaia teve um torcedor muito forte dentro do campo, capaz de interferir no andamento do jogo para mais e para menos revelando preferência indevida.

A torcida brasileira animou-se toda quando viu o adolescente Endrik entrar em campo no início do jogo, substituindo, é bem verdade, o Vini Jr., que vinha tendo o maior destaque na seleção brasileira, mas ficou impedido de jogar por conta dos cartões amarelos recebidos anteriormente. Amarelado o Vini Jr., pelo mesmo árbitro que não marcou o pênalti contra ele na partida anterior, Endrik despontou como o mais adequado substituto, pelos gols que fizera e pelo encanto do seu futebol.

Não conseguiu, entretanto, sobrepor a sua arte futebolística à violência e brutalidade de jogadores adversários. Endrik foi agredido até com encontrão pelas costas, sem que estivesse na jogada, indo ao chão tamanha força da pancada e não do empurrão, sem que o juiz marcasse falta e apresentasse o justo e devido cartão vermelho ao agressor, que estava mais para brigador de rua do que para jogador de futebol.

A disputa da Copa América pelos uruguaios, acendrada além da ética nos desportos, empanou o mérito da competição, tudo com a leniência de uma arbitragem que transgrediu ao dever de neutralidade com inequívoca imparcialidade. A derrota pela cobrança dos pênaltis foi por culpa dos nossos jogadores, sem equilíbrio emocional para uma decisão por penalidades máximas.

Militão fez munganga e careta correndo para a cobrança com várias paradas e chutando a bola na direção em que o goleiro se jogou, facilitando que a espalmasse para fora. Douglas assuntou o tempo, sério como um filósofo, calculando a trajetória da pelota e o ângulo de incidência nas redes adversárias.

Acertou na trave, que se fosse um graveto ou feita de material elástico, teria permitido o gol, mas era forte como um poste e mandou o petardo de volta. Por outro lado, os uruguaios fizeram cobranças firmes, precisas, quase indefensáveis. O nosso goleiro, Alisson, conseguiu segurar uma bola. Ainda bem que podemos sonhar os mesmos sonhos várias vezes.

José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE

Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal

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