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Preso acusado de jogar carro em árvore para matar ex-mulher no Recife

O representante farmacêutico Guilherme José Lira dos Santos, acusado de provocar o acidente de carro que matou a ex-esposa, a engenheira Patrícia Cristina Araújo Santos, de 46 anos, foi preso novamente, nessa quarta-feira (15). A prisão foi feita pelo Grupo de Operações Especiais (GOE).

O crime aconteceu no dia 4 de novembro de 2018, no bairro da Boa Vista, área Central do Recife. Na próxima segunda-feira (20), Guilherme vai a júri popular pelo crime

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou o restabelecimento da prisão atendendo a recurso em sentido estrito impetrado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Anteriormente, o representante farmacêutico estava em liberdade judicialmente concedida e utilizava tornozeleira eletrônica. 

Na sessão, o acusado será julgado por homicídio qualificado, com as qualificadoras de homicídio por motivo fútil, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; e pela condição de gênero da vítima (feminicídio). 

De acordo com o delegado Ivaldo Pereira, gestor do GOE, a partir do momento que a equipe ficou sabendo da expedição do mandado de prisão, em menos de 8 minutos conseguiu localizar e deter o envolvido. Ele não estava no endereço declarado na justiça.

“Ele não estava no endereço declarado na justiça, porém, após diligência no local, descobrimos que ele estava num endereço próximo, na casa do irmão. Ele relatou que estava nesse outro endereço por motivo de não querer ser preso na frente da sua mãe. Durante a prisão, não esboçou nenhum tipo de reação, foi conduzido ao GOE onde lá foram elaborados todos os procedimentos legais. De lá foi conduzido ao IML (Instituto Médico Legal) para perícia e em seguida foi encaminhado ao sistema penitenciário onde ficará à disposição da justiça”, afirmou o delegado.

De acordo com o TJPE, a defesa do réu nega que Guilherme teve a intenção de matar a ex-esposa e alega que houve apenas um acidente de trânsito, o que faria o homicídio ser culposo

O advogado de defesa do acusado, José Ferraz, negou que Guilherme estivesse foragido. Segundo ele, o acusado não queria ser preso na presença da mãe.

“Guilherme, por ter uma mãe idosa de 74 anos, não queria ser preso na presença de sua mãe. Foi para a casa do irmão e ficou aguardando o mandado de prisão para ir se apresentar. Continuava com a tornozeleira eletrônica, nenhum impedimento nessas medidas cautelares de sair de casa e se encontrava à disposição”, explicou o advogado. 

“O endereço que ele estava residindo era com a sua mãe, mas em nenhum momento ele era impedido de sair desse endereço, tanto é que ele estava com a tornozeleira eletrônica. Se ele quisessse fugir ele tinha cortado a tornozeleira e tinha fugido, mas muito pelo contrário, ele quis se apresentar”, completou José Ferraz. 

Relembre o fato


Guilherme José de Lira Santos dirigia o próprio veículo quando colidiu com uma árvore na rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, no dia 4 de novembro de 2018. A esposa dele, Patrícia Cristina Araújo Santos, de 46 anos, estava no banco do passageiro sem o cinto de segurança e ficou presa nas ferragens, tendo sido retirada sem vida do local.

Guilherme teve apenas ferimentos leves e alegou que teria perdido o controle do veículo. O casal estava em processo de separação, mas o marido não aceitava o término e, no dia da batida, segundo familiares, ele teria insistido que precisava conversar com esposa e a levou para o carro.

Na época do acidente, o delegado titular da 1ª Delegacia de Homicídios do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Diego Acioli, afirmou que o carro que o suspeito dirigia estava em alta velocidade e teria sido jogado propositadamente contra a árvore.

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