O colunista de um jornal australiano pediu desculpas depois de ser acusado de forçar a atriz Rebel Wilson a sair do armário.
Na última sexta-feira (10/06), Wilson compartilhou uma foto com sua nova parceira, dizendo que havia encontrado sua “princesa da Disney”.
Mas no dia seguinte, o Sydney Morning Herald escreveu que sabia sobre o relacionamento antes de ele se tornar público. O colunista de celebridades Andrew Hornery havia dado a Wilson um prazo de 1 dia e meio para comentar a história.
O texto provocou críticas generalizadas nas redes sociais, com ativistas LGBTQ dizendo que era inaceitável pressionar as pessoas a saírem do armário.
Um porta-voz da organização LGBTQ Stonewall afirmou: “Sair do armário é uma decisão profundamente pessoal. Se, quando e como sair do armário deve ser decidido pelo indivíduo, nas suas próprias condições”.
“Simplesmente não é certo ‘tirar do armário’ pessoas LGBTQ ou nos pressionar a sair do armário. Os meios de comunicação devem tomar cuidado para não sensacionalizar vidas e relacionamentos LGBTQ .”
Em resposta, o jornal inicialmente negou ter pressionado Wilson, dizendo que havia “simplesmente feito perguntas”.
Mas nesta segunda-feira (13/06), em meio à contínua reação pública, Hornery admitiu que houve “passos mal dados em nossa abordagem”.
“Não é da conta do Herald ‘tirar do armário’ as pessoas, e não é isso que nos propusemos a fazer. Mas eu entendo por que meu e-mail foi visto como uma ameaça. A estrutura dele foi equivocada.”
“Como um homem gay, estou bem ciente de quão profundamente a discriminação dói”, afirmou ele, acrescentando que não gostaria de “infligir esta dor a outra pessoa”.
Ele incluiu em sua coluna desta segunda-feira o e-mail que havia enviado aos representantes de Wilson na manhã da última quinta-feira.
No texto, ele escreveu que tinha “detalhes suficientes para publicar” e “várias fontes”, antes de especificar o prazo de sexta-feira às 13h.
“Em prol da transparência e da justiça, antes de publicar estou entrando em contato com Rebel para ver se ela vai se manifestar…”, dizia uma parte do e-mail.
Wilson não respondeu ao e-mail antes de fazer sua própria postagem na sexta-feira (10/6). Ela não admitiu diretamente as ações do jornal.
Mas em resposta a um post no Twitter dizendo que não foi sua escolha sair do armário, a atriz australiana de 42 anos, que é conhecida por papéis em Missão Madrinha de Casamento e A Escolha Perfeita, entre outros filmes, disse que era uma “situação muito difícil, mas estava tentando lidar com isso com graciosidade”.
O post de Wilson sobre seu relacionamento com a designer de moda Ramona Agruma gerou uma onda de felicitações por parte de fãs e amigos famosos — além de mais de 1,6 milhão de curtidas.
Mas em sua coluna original, Hornery alegou que Wilson havia “optado por capitalizar em cima da história” depois que ele entrou em contato com ela.
Ele acrescentou que “a escolha dela de ignorar nossas perguntas discretas, genuínas e honestas foi, em nossa opinião, decepcionante”.
Na nota de segunda-feira, no entanto, ele reconheceu que “o tom da minha coluna no sábado também estava errado”.
“Eu entendi errado”, admitiu. “Permiti que minha decepção lançasse uma sombra sobre o artigo. Não foi justo e peço desculpas.”
O editor do jornal, Bevan Shields, também foi criticado quando emitiu uma ‘nota dos editores’ no domingo defendendo a reportagem.
No texto, ele negou que o jornal tenha tirado Wilson do armário, dizendo que a redação não havia tomado nenhuma decisão sobre se a reportagem seria publicada.
“Como outras equipes de jornais fazem todos os dias, nós simplesmente fizemos perguntas e, como prática padrão, incluímos um prazo para a resposta”, escreveu Shields.
Tal resposta gerou ainda mais indignação nas redes sociais, como o tuíte da atriz australiana Magda Szubanski, reproduzido abaixo:
“Bevan, seu jornal não tem o direito divino de saber nada sobre a vida privada de ninguém. Não pretendo falar em nome de Rebel Wilson, mas para as pessoas LGBTQIA , as consequências do que não passa de um chilique sobre quem publica fofocas podem ter efeitos devastadores.”
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