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Votação para homenageados do Carnaval de Olinda 2024 termina nesta quinta (25)

Até o momento, mais de 41 mil votos foram computados, somando o site da Prefeitura de Olinda e o totem instalado no Shopping Patteo

Publicado por: Analu Pereira, em: 25/01/24 às 10:54

A votação para a escolha dos homenageados do Carnaval 2024 em Olinda segue até esta quinta-feira (25). Os escolhidos serão anunciados na sexta-feira (26), através do site oficial e redes sociais da Prefeitura de Olinda. A diplomação dos homenageados acontecerá na sede do governo municipal.

Os interessados em votar nos candidatos podem acessar o site da Prefeitura de Olinda (https://www.olinda.pe.gov.br/) e através do totem que segue na praça de alimentação do Shopping Patteo Olinda até esta quinta-feira (25).

Até o momento, mais de 41 mil votos foram computados, somando a votação online e no totem. São duas categorias – vivos e in memoriam – com cinco candidatos cada uma. O resultado será divulgado na sexta-feira (26). A votação também pode ser feita até às 23h59 desta quinta-feira, no site da Prefeitura de Olinda. 

Link para votação: https://votacao.olinda.pe.gov.br/homenageados2024/

Confira o perfil dos candidatos 

CANDIDATOS A HOMENAGEADOS 

(EM VIDA)

– DONA DÁ

Jodecilda Airola da Silva, na Cultura, simplesmente Dona Dá. Nascida no Recife, em 25 de maio de 1938. Após se casar aos 20 anos, decidiu se mudar para Olinda. Inicialmente morou no bairro de Sítio Novo e em 1979 migrou para a cidade alta. 

No alto dos seus 85 anos, Dona Dá sempre amou Carnaval, sendo considerada uma carnavalesca nata. No ano 2000, ela iniciou a tradição do Encontro dos Boizinhos na Quarta-Feira de Cinzas, na rua da Boa Hora. A brincadeira que há mais de duas décadas anima os foliões que se recusam a parar de curtir a Folia de Momo. O encontro também virou um momento de confraternização de muitos artistas e músicos que trabalham nos quatro dias de festa. 

O encontro dos Bois iniciado por Dona Dá hoje conta com 18 Boizinhos. Eles saem em cortejo pelas ladeiras de Olinda e encerram suas apresentações em frente à casa de Dona Dá. De forma simbólica, os Boizinhos recebem troféus, regados a muita fruta, cachaça e vinho, sem esquecer de água e achocolatado para as crianças.

– MESTRA ANA LÚCIA

A mestra Ana Lúcia nasceu em Olinda em 1944 e aos dezesseis anos começou a cantar Coco de Roda nas festas do Acorda Povo, no Amaro Branco. Essa brincadeira segue sob sua responsabilidade há mais de quarenta anos. 

Hoje com 79 anos de vida, Mestra Ana Lúcia é Patrimônio Vivo de Pernambuco e se dedica há mais de 65 anos à cultura popular. Ela está sempre presente no ciclo carnavalesco, junino e natalino de Olinda, animando o povo por onde passa com muito coco de roda e pastoril. 

Sua métrica e energia vocal são embaladas ao som do zabumba, ganzá e pandeiro. As letras compostas por ela contam histórias do cotidiano da cidade e do povo. É a força da tradição falando mais alto em nossas veias. O coco, de origem afro-cabocla, com um pé no candomblé e outro no catolicismo, concretiza sonoramente o sincretismo presente na cultura brasileira e evidencia na voz e interpretação de Dona Ana Lúcia do Coco a bandeira da mais pura brincadeira de tradição da música popular brasileira em Pernambuco. 

– MÃE BETH DE OXUM

Maria Elizabeth Santiago de Oliveira, popularmente conhecida como Mãe Beth de Oxum, a Yalorixá nasceu em 1964 em Olinda. Desde sua juventude passou a frequentar terreiros de matriz africana e iniciou sua conexão com os tambores africanos presentes na cidade. 

Desde a década de 90, Mãe Beth iniciou seu trabalho de difundir o tambor e a cultura popular feita em Olinda para diversos países. Fundou, em 1998, a Sambada do Coco de Umbigada, no bairro do Guadalupe. A brincadeira gratuita recebe mestras, mestres e artistas de vários lugares do estado e do país. 

Após se casar com Quinho Caetés, Mãe Beth herdou e reverberou o tambor ancestral do Coco de Umbigada, tornando-se a principal expoente desta cultura. Hoje, Mãe Beth se consolidou como uma referência para a cultura tradicional de Olinda. 

Após grande dedicação à cultura tradicional, em  2005, sua Sambada foi reconhecida pelo Governo Federal como Ponto de Cultura e, em 2022, Mãe Beth foi eleita Patrimônio Vivo. Ela é uma referência para os mais novos, tendo seu território um local de fruição e transmissão de saberes das culturas tradicionais dentro de Olinda.

– JOÃO DO ELEFANTE

João da Silva Trindade, simplesmente Seu João do Elefante. Nascido em Paulista, no ano de 1938, atualmente com 85 anos, Seu João traz consigo o legado de muitos carnavais, tendo começado a atuar na área cultural aos 7 anos de idade, influenciado pelo pai. A história de Seu João se confunde com a tradição do Carnaval de Olinda.

Seu João chegou em Olinda há 78 anos, em 1946. Inicialmente, foi morar em Bairro Novo. Anos depois, mudou-se para a Avenida Joaquim Nabuco, onde reside até o momento. Em 1986, após sua filha ser convidada para desfilar no T.C.M Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda, Seu João teve os primeiros contatos com o clube que faria parte da sua vida inteira.

Em 1988, Seu João foi convidado a colaborar com o Elefante. Três anos depois, ele assumiu a presidência do Clube, quando a sede funcionava na Rua do Amparo, seguindo firme à frente da agremiação por 33 anos. Dentro do clube também aprendeu ofícios artísticos que uma troça necessita, confeccionando adereços, artesanatos, pinturas e desenhos. 

– REGINALDO DA PAZ

Catador de materiais recicláveis e artesão, gosta mesmo de ser chamado de garimpeiro, justificado pelo prazer em fazer a triagem dos produtos, o que considera grande fonte de riqueza. É o Reginaldo Cabral, de 60 anos, que foi rebatizado pelo povo de Reginaldo da Paz. Diariamente, costuma ganhar as ruas bem antes das 4h da manhã, correndo com muita disposição. Para além da geração de renda para a família, incluindo a esposa em tratamento de saúde, ele contribui com o meio ambiente, coletando itens como garrafas pet e latinhas, descartados indevidamente nas vias. 

Quando o sol surge, ele segue transmitindo o seu carisma pela faixa da orla ou no Sítio Histórico, sendo sempre saudado por banhistas, moradores ou turistas. A disposição e o sorriso no rosto são elementos que não podem faltar, cumprimentando a todos e motivando quem encontra no percurso. Reginaldo  é um apaixonado pelo Carnaval de Olinda, figura assídua nas manifestações culturais. Costuma ajudar com o seu trabalho, um artesanato produzido com carinho na própria casa, localizada na comunidade do Alto do Morro da Saudade. 

Sua arte mais famosa está presente no coração de todos os foliões. É uma espécie de estandarte, em forma de coração vermelho, produzido com tampinhas de garrafa, chapas de alumínio trançadas e madeira. No topo, a pomba branca representa o Espírito Santo. No centro está a palavra Paz que originou seu apelido. É o elemento que não falta, iluminando todos os encontros do maior Carnaval do mundo, na Marim dos Caetés.

CANDIDATOS A HOMENAGEADOS 

(IN-MEMORIAM)

– LORD DE OLINDA

Mario Medeiros Raposo foi a expressão da alegria, beleza e tradição do Carnaval de Olinda. Seus trajes requintados marcaram a festa, seguida com muito orgulho e afinco por ele, até o fim da vida. Fraque preto, luvas brancas, cartola e guarda-chuva. Assim desfilou por 63 anos o servidor, que era Guarda Municipal e ganhou o título de Lord. Sua história, teve como origem a vestimenta, um presente especial recebido na década de 30, pelo seu avô português. 

Foi esta aparência peculiar, mesmo em meio ao calor da festa, que lhe rendeu este título de nobreza. Durante o período de momo, o Lord de Olinda desfilava pelas ruas do Sítio Histórico, não passando despercebido. Hoje, filhos, netos e demais brincantes reverenciam sua memória, em meio a carinho e muita saudade. Mário ganhou um boneco gigante, que a cada ano encanta mais seguidores. A elegância inglesa, mas de alma pernambucana, alegrou a folia do maior Carnaval do Brasil. Partiu em 2006, tornando-se um grande mito.

– PAULO RAFAEL

O músico pernambucano Paulo Rafael foi uma referência da guitarra no país, integrando bandas como a de Alceu Valença e do Ave Sangria, sendo figura recorrente na cena do Carnaval olindense. O guitarrista teve várias participações em álbuns e experiência como produtor de artistas consagrados, a exemplo de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Lobão. Foi ele quem escreveu o arranjo da faixa “Vaca profana”, de Caetano Veloso, gravado por Gal Costa.

Paulo foi um dos nomes mais carinhosos e conciliadores do panorama artístico, com grande capacidade inventiva na música. Era um exemplo de como lidar com a fama de forma profissional, mas sem perder a paixão pelo que fazia. Tamanha bagagem lhe rendeu o título de uma das guitarras mais ouvidas e respeitadas da história recente da música pernambucana e brasileira. O mestre partiu, em agosto de 2021, deixando saudade em Olinda e em todos os lugares do mundo por onde passou.

– MARGARIDA SAMBÃO

Maria Margarida dos Santos, conhecida carinhosamente como Margarida Sambão, foi uma cantora, sendo uma das grandes referências do samba e do coco em Olinda. Com sorriso largo, foi expoente de agremiações, como o Preto Velho e o Oriente, estando ativa em várias manifestações artísticas e culturais da cidade. Compositora, rezadeira de Santo Antônio e dona de uma voz inigualável, cantava os grandes nomes da música do cenário nacional. Era reconhecida pelos amigos e admiradores como a  felicidade em pessoa.

Em sua trajetória, foi servidora pública do município, na área de serviços gerais, integrando assim o bloco Vassourão, no qual assumiu o papel de porta-estandarte. Amante do frevo, sempre participava de agremiações tradicionais, como o Sismou é Pau e o Fazendão. Uma grande brincante e mestra da cultura popular, ficou conhecida por bordões irreverentes, sempre arrancando risadas do público. Margarida nos deixou em setembro de 2023, alimentando saudades até hoje.

– BARTHOLOMEU SANTIAGO

Bartholomeu Santiago da Silva Ramos Filho, ou simplesmente “Bartô ou “Memeu”, foi um comerciante bastante conhecido em Olinda, atuando com sapataria, depósitos e combustíveis. Grande folião e apaixonado pelo Carnaval, esteve envolvido nas festas no bairro do Umuarama, onde residiu por muitos anos. Juntamente com vizinhos e familiares, costumava abrir as portas da sua casa para vivenciar os dias de folia. O local era marcado por muitas brincadeiras e fantasias. Foi colaborador de diversos blocos, como a Zebra, Ceroula e  Vassourinhas. Entre 1976 e 1979, fez parte da turma da Pitombeira, onde integrou a diretoria, tendo as duas filhas desfilando com o clube. 

Posteriormente, fundou o Clube Carnavalesco Marim dos Caetés, em 1982, onde se dedicou por todos os seus dias. O que mais importava para ele era levar para as ladeiras e polos a manifestação mais autêntica do povo pernambucano, através do frevo, além da tradição de fantasias de luxo com muito glamour e brilho. Ainda criou o bloco da Ramane, dedicado apenas para crianças e esteve à frente da Liga Olindense das Agremiações de Olinda (LOA). Nos deixou em 2015, aos 82 anos, entregando o coração e a vida aos desfiles de Carnaval.

– LEO DE VASSOURA

Leônidas da Silva Andrade ou simplesmente Léo de Vassoura, olindense, filho de Themístocles Andrade, compositor do Hino de Olinda. Desde de criança foi um apaixonado pelo Carnaval e observava da janela de sua casa, na Ribeira, o desfile dos blocos, se encantando com as marchas, com as cores, as fantasias e a alegria da folia de momo. 

Em vida ajudou a fundar várias troças, como: O Bebê da Som de Ouro, Vai Quem Pode, Garoto de Vassoura, A Cabaçuda. Criou o Bloco Rola Energia da Celpe, onde trabalhava. Além de ajudar muitos outros. Na década de 70 ingressou no tradicional Clube Vassourinhas, tendo se dedicado mais de 50 anos. Sua forte ligação com o Clube do Coração rendeu o apelido Leo de Vassoura.

Em vida, Léo de Vassoura foi um amante do Frevo e ouvia de forma incansável em sua casa programas de rádio, discos e CDs de Frevo. Léo faleceu em 2023 e deixou um legado de amor, respeito e dedicação ao Clube Vassourinhas e ao principalmente Carnaval de Olinda.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Prefeitura Municipal de Olinda

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