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Vítimas de um golpe pela Internet envolvendo a venda de um carro, um homem foi sequestrado e outros três, presos. A prisão foi realizada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) após o homem de 43 anos ser sequestrado nas proximidades do cartório da Iputinga, na avenida Caxangá, na Zona Oeste do Recife. Os detalhes do caso, ocorrido há uma semana, foram passados pela polícia em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
De acordo com a PCPE, os sequestradores e o homem foram vítimas de um golpe pela internet de uma terceira pessoa, um presidiário de outro estado. A vítima do sequestro comercializava carro por um site de vendas e os outros três rapazes seriam os compradores do veículo. Porém, no ato de transferir o dinheiro, o trio enviou a quantia para a conta do presidiário. O golpista clonou o anúncio da venda do carro e colocou os próprios dados para a transferência do dinheiro, lesando tanto vendedor quanto compradores.
“Ambos são vítimas de um golpe conhecido, que um terceiro, geralmente de forma remota, marca um encontro com ambos presencialmente, tanto o comprador, como o vendedor, por meio de uma plataforma de compra e venda de veículos geralmente pela internet, só que ambos não sabem que estão sendo vítimas de um terceiro, que é de fato o golpista. Foi dessa forma que eles se encontraram ali na Caxangá”, destacou o delegado José Tenório Neto, um dos coordenadores do Grupo de Operações Especiais (GOE).
Ao chegar no local da suposta venda, a vítima do sequestro afirmou que não tinha recebido nenhum valor dos compradores, que não fazia parte de golpe algum e que estaria disponível a resolver o problema na delegacia. Porém os três homens acharam que homem do carro seria um golpista e realizaram a extorsão mediante sequestro.
“A vítima informa que não faz parte de golpe algum e que estaria disponível para ir a qualquer momento na delegacia resolver o problema da forma como tem que ser, da forma legal, que uma autoridade policial pudesse fazer a análise do caso e decidir a medida mais correta. Nesse instante, os compradores, que seriam vítimas do golpe inicialmente, ficam indignados e não aceitam essa condição”, destacou José Tenório Neto.
“A partir daí eles começam a empreitada criminosa mesmo diante da insistência da vítima em chamar a polícia, que chega a acionar o 190 da Polícia Militar, mas eles tomam o celular da mão dele e o arrebatam literalmente a força pelos pés e pelas mãos”, conta o delegado.
De acordo com José Tenório Neto, inicialmente, os três começaram a extorquir a vítima obrigando que ela fizesse a devolução do valor que, de fato, não tinha recebido. O homem transferiu, então, parte da quantia da própria conta bancária, mas o trio, não satisfeito com o valor – menos de um terço do valor total -, faz o homem ligar para a esposa, que ouve ameaças de morte contra o marido. “Um deles alega que iria matá-lo, que queria o valor de todo jeito, e nesse momento passam a fazer a extorsão mediante sequestro, levando a vítima para um canavial na zona rural de Paudalho. Só depois que a esposa da vítima faz o depósito do valor restante, é que eles liberam a vítima”, afirmou.
Desesperada, a esposa acionou o GOE e, a partir da denúncia, foi acionado o protocolo de sequestro. Segundo o delegado, foram formadas equipes e, em menos de cinco horas, os três suspeitos foram localizados, dois na zona rural de Buenos Aires, e o terceiro, em Lagoa do Carro, ambos os municípios na Zona da Mata Norte.
“A gente conseguiu prendê-los ainda em flagrante, que confessaram a prática diante das provas irrefutáveis, de tudo que a gente tinha, como as imagens do veículo. Eles confessaram realmente que se desesperam e acabaram cometendo esse crime que é extremamente grave”, relatou o delegado.
Um dos sequestradores tem passagem criminal por assalto, mas estava respondendo em liberdade regularmente. Os outros dois têm pequenas anotações de delitos de menor potencial ofensivo. “Eles não são criminosos habituais, não são pessoas que vivem da prática criminosa, só que, diante desse fato, eles querendo reaver o que tinham perdido a qualquer custo, cometeram um crime extremamente grave”, concluiu José Tenório Neto.
A Polícia Civil de Pernambuco alerta para que as pessoas desconfiem de preços muito abaixo do mercado para não caírem em fraudes e práticas estelionatárias. A repressão realizada na semana passada ocorreu em relação ao crime violento contra o patrimônio. A PCPE destacou que as práticas fraudulentas vão ser apuradas, inclusive, com atuação interestadual.
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