Ainda não será dessa vez que os times brasileiros entrarão em campo para tomar a hegemonia da Libertadores dos argentinos, maiores vencedores da competição, com 25 taças. Mas a marca que eles podem alcançar na edição que começa nesta quarta-feira (22) para o Atlético-MG é emblemática de dois fenômenos, um mais recente, outro maior. Cinco títulos seguidos de equipes de um mesmo país nunca aconteceu na história do maior torneio sul-americano. E fará todo sentido caso ocorra agora, com times do Brasil, que têm 22 conquistas no total.
Direto ao ponto: O recorde que Brasil pode quebrar na Libertadores 2023
- Clubes brasileiros tentam ser os primeiros com cinco títulos seguidos na Libertadores.
- Sequência atual tem dois títulos do Flamengo (2019 e 2022) e dois do Palmeiras (2020 e 2021).
- Na história da Libertadores, quatro títulos seguidos de um mesmo país aconteceram três vezes.
- Explicações para hegemonia brasileira passam pela diferença no poder aquisitivo e pela maior importância dada à competição.
- No somatório de títulos, argentinos ainda têm vantagem sobre brasileiros: 25 contra 22.
Explicações para a sequência
Flamengo e Palmeiras, duas vezes cada, levantaram a taça nos últimos quatro anos. Não foi exatamente uma surpresa, com o aumento das receitas no futebol brasileiro, fenômeno que se acelerou com a Copa-2014 e a proliferação das arenas, que permitiram aos clubes arrecadarem mais.
Ao mesmo tempo, as equipes argentinas passaram a lidar com câmbio cada vez menos favorável, que diminui o poder de barganha no mercado. Nas últimas quatro temporadas, o Flamengo gastou cerca de 117 milhões de euros em reforços. River Plate e Boca Juniors, os clubes mais ricos da Argentina, 44 e 35 milhões de euros, aproximadamente (os números são do site especializado Transfermarkt). Não vale a pena nem comparar com outros times de tradição do continente.
Além do cenário conjuntural, existe algo mais estrutural acontecendo. Os times brasileiros partiram tardiamente em busca da Libertadores com o mesmo afinco que tradicionalmente mostraram pelo título brasileiro e até mesmo estadual, em tempos mais remotos.
Foram nos primeiros 30 anos da Libertadores, quando a competição interessava menos aos brasileiros, que equipes argentinas emplacaram duas sequências de quatro títulos seguidos. A partir dos anos 1990, a competição ganhou outro status no país. E desde então, gradativamente, os brasileiros passaram a vencer com mais frequência. Até que vieram os quatro títulos seguidos, entre 2010 e 2013, de Internacional, Santos, Corinthians e Atlético-MG.
Uma década depois…
Para o Galo, a edição da Libertadores de 2023 é especial. Dez anos atrás, o time conquistou pela primeira vez a competição, em uma final emocionante contra o Olímpia, do Paraguai. Foi um título que mudou o patamar do clube mineiro para sempre. Este ano, o Atlético busca novo salto, não exatamente com o bicampeonato, mas com a inauguração do seu novo estádio. Uma campanha vitoriosa na Arena do Galo seria um marco. Assim como pode ser a transformação em SAF, nos planos a curto prazo.
O início dessa possível caminhada transformadora acontece na Venezuela, onde o time enfrentará o Carabobo às 21h30 (de Brasília). O time treinado por Eduardo Coudet não terá seu principal jogador: Hulk, com sete gols nas primeiras cinco partidas da temporada, testou positivo para a Covid-19 e está fora. O jogo de volta será no Mineirão, dia 1º.
Outro time que tenta vaga na fase de grupos da Libertadores é o Fortaleza. A equipe treinada por Juan Pablo Vojvoda estreará quinta-feira, contra o Deportivo Maldonado, no Uruguai. Para o Leão do Pici, o esforço mira no mínimo repetir a campanha de estreia na competição, ano passado, quando chegou às oitavas de final.
Se avançarem, Atlético-MG e Fortaleza se juntarão aos outros classificados: Flamengo, Palmeiras, Internacional, Corinthians, Fluminense e Athletico. Todos em busca do quinto título seguido para o Brasil.
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Fonte: Folha PE
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