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Após um casal de turistas argentinos ser assaltado e agredido, na quinta-feira (16), na rua das Flores, bairro de Santo Antônio, área Central do Recife, a localidade está com pouco policiamento na manhã desta sexta-feira (17). Os comerciantes e transeuntes da área relatam que a insegurança é grande e o medo toma conta de todos, diante dos frequentes casos de violência no local.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social afirmou que o policiamento no Bairro do Recife e nas demais áreas do Centro da capital pernambucana seria reforçado. Apesar disso, a reportagem da Folha de Pernambuco viu poucos agentes de segurança na rua das Flores no período em que esteve na região. Após mais de uma hora no local, só foram avistados três policiais realizando rondas de bicicleta por volta do meio-dia.
De acordo com a SDS, as rondas no Centro do Recife foram intensificadas desde janeiro com efetivo a pé e motorizado, executando rondas em setores como Praça do Diario, Praça do Carmo, Pátio de São Pedro, Casa da Cultura e Rua do Imperador, entre outros locais.
A empresária Kátia Huri, relatou a falta de segurança que sente todos os dias e a dificuldade em trabalhar na localidade. Ela pede mais policiamento nas ruas.
“Antes não passavam policiais. Sempre aqui teve problema, a gente não tem segurança. A gente fecha às 17h por falta de segurança. Fica muito difícil trabalharmos, nós que somos comerciantes. Agora está passando mais policiais, mas teve que primeiro acontecer o fato para poder colocar mais polícia na rua”, afirmou a comerciante.
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A dona de casa Elizabeth Galindo sempre circula pelas ruas do Centro do Recife, mas o medo de ações violentas está presente.
“É insegurança total em todos lugares, não só no Centro do Recife, mas em todo lugar. Precisa de muito mais segurança, ninguém está seguro nem em casa. A gente vê em alguns locais policiamento, mas é muito difícil, a maioria das vezes a gente não vê, essa é a verdade”, disse Elizabeth.
Uma comerciante que não quis se identificar por medo da violência, relatou que ela e a mãe já foram assaltadas na rua das Flores. A mulher contou que no início do dia alguns policiais apareceram no local, mas ao longo da manhã o reforço policial não foi mais visto.
“A gente gostaria que colocassem mais policiamento aqui, porque a gente trabalha no comércio. Infelizmente, a gente está à mercê dos bandidos, porque é o dia todo. Eu já fui assaltada, já levaram o meu celular, e a minha mãe já foi assaltada às 7h. Eles não usam mais faca, usam facão. Seria bom que colocassem mais policiamento aqui durante o dia todo, não é só para passar a paisana não, porque a gente não fica aqui a paisana não, a gente trabalha aqui todos os dias”, pontuou a comerciante.
Por volta das 10h30 da quinta, os estrangeiros, que estavam passeando pela rua das Flores, foram abordados por uma dupla de assaltantes. Uma das vítimas, uma mulher de 68 anos, foi agredida por um dos homens, que puxou um acessório do pescoço dela.
Durante a tarde, um suspeito de ter atuado como comparsa no assalto foi preso. Uma corrente de ouro e um escapulário, ambos de propriedade das vítimas, foram encontradas com o envolvido. Outro suspeito segue foragido.
A artista de rua Maria de Fátima de Paula presenciou o ocorrido e prestou ajuda às vítimas. Maria relatou que a mulher, que sofreu lesão na cabeça, decorrente das agressões físicas, ficou desorientada com a batida.
“Ela ficou muito tonta, porque a pancada foi atrás da cabeça dela, e estava sangrando um pouco. A gente ficou mais preocupado com a situação dela que estava totalmente desorientada, sem saber o que tinha acontecido e depois que ela percebeu a gente acolheu, colocou ela sentada, começou a dar assistência e depois fomos atrás de gelo e de água também. Ela estava muito agitada, desorientada, e a gente conversando com ela, com o esposo dela, foi muita agonia”, destacou Maria.
A mulher ficou em observação no Real Hospital Português, na área central da cidade, e teve alta médica hospitalar ainda na quinta.
O casal chegou à capital no cruzeiro MSC Armonia, que veio do Rio de Janeiro e atracou no Porto do Recife por volta das 7h de quinta, com 1.700 passageiros. De acordo com o ancoradouro, a embarcação deixou a cidade por volta das 14h, com destino a Santa Cruz de La Palma, na Espanha.
Roubos e homícidios
De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, na soma dos dois primeiros meses de 2023, o total de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPs) foi de 8.494, 3,2% a mais do que os 8.226 do período equivalente do ano passado. Durante o mês de fevereiro, foram registradas 4.274 ocorrências de roubos. O aumento foi de 13,3% em comparação com os 3.769 casos do mesmo mês de 2022.
Além disso, no total do primeiro bimestre deste ano, Pernambuco teve 606 vítimas de Morte Violenta Intencional (MVI). Em fevereiro de 2023 ocorreram 317 MVIs. No mesmo mês de 2022, haviam sido 299.
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