O turismo religioso de Sergipe se prepara para seguir novos caminhos. É que o estado vai seguir o roteiro dos devotos de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora Divina Pastora e Santa Dulce dos Pobres. Pelo menos é o que esperam 3 municípios sergipanos que pretendem receber visitantes vindos de todos os lugares e interessados em viver uma experiência de fé. Acompanhe a gente também no Instagram, onde você recebe todos os dias dicas bacanas pelo Brasil e mundo afora. É só clicar AQUI!
Fotos cedidas pela Assessoria de Imprensa (Divulgação)
A primeira delas deve ocorrer em São Cristóvão, cidade vizinha a capital Aracaju e a quarta mais antiga do Brasil. Lá, ela guarda um tesouro: a Praça de São Francisco, considerada um Patrimônio Mundial pela Unesco. Além do rico conjunto arquitetônico, o município também tem na religião um dos seus traços mais marcantes. Entre tantos elementos, um ganhou destaque há quase 3 anos quando o vaticano canonizou Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa brasileira. Essa história tem início em São Cristóvão onde a jovem Maria Rita se consagra freira e torna-se Irmã Dulce, dando os primeiros passos em sua vida religiosa. Agora, o governo do estado, atendendo uma demanda da Arquidiocese de Aracaju, apoiada pelas prefeituras de São Cristóvão e Aracaju, está licitando um projeto chamado Caminho de Santa Dulce. Ao longo de quase 17 quilômetros, ele reverencia a passagem da primeira santa brasileira por Sergipe e sua missão de fé. Só a primeira etapa do projeto está orçada em aproximadamente R$ 17,2 milhões, um investimento do Governo de Sergipe.
No agreste sergipano, mais uma demonstração de fé. Todos os anos, milhares de fiéis participam de uma peregrinação até o santuário de Nossa Senhora Divina Pastora na cidade cujo nome é uma homenagem à Mãe de Jesus. O santuário é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, e está localizado entre três praças: Praça da Matriz, Fausto Cardoso e da Bandeira. As duas últimas serão requalificadas para melhor receber os devotos que chegam à cidade e para uso da população. O conceito do projeto que também já está sendo licitado, se propõe a destacar o monumento religioso como marco do lugar, proporcionando a contemplação do bem protegido, garantir a tradicional forma de socialização da comunidade, promovendo espaços lúdicos, alusivos a contemporaneidade além de fazer uma homenagem a outro patrimônio do estado: a renda irlandesa. A trama delicada e rebuscada da renda será reproduzida nos sombreiros espalhados pelas praças que servirão como ponto de descanso para os peregrinos. A Praça do Cruzeiro também passará por intervenções para melhoria da acessibilidade. O valor estimado para realização das obras nas três praças é de R$ 1,8 milhão. Deste total, 72% são recursos do Governo do Estado e os outros 28% correspondem a recursos federais.
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No sertão, Nossa Senhora Aparecida se prepara para acolher a multidão de romeiros que chega à cidade, todo ano, no dia 12 de outubro. Com o objetivo de acolher a multiplicidade de usos, com áreas sombreadas e incentivar o turismo religioso, além de ofertar mais conforto e facilitar o trânsito das pessoas no centro do município, durante as homenagens à padroeira, será construída a Praça dos Romeiros que, vista de cima, terá o formato da imagem de Nossa Senhora Aparecida, com destaque para a coroa e seu manto que lembra um triângulo. O canteiro na entrada da cidade onde existe uma imagem da Santa também será requalificado. A obra está orçada em aproximadamente R$ 960 mil e os recursos também são do Governo de Sergipe.
Além do foco no turismo religioso, todos esses projetos têm um ponto em comum: eles fazem parte de uma iniciativa pioneira. Trata-se do ProjetarSE, um núcleo de assessoramento técnico com foco no desenvolvimento dos municípios sergipanos, respeitando suas identidades locais. Sua criação visa atender à demanda de efetiva aplicação dos recursos federais captados para o desenvolvimento de obras públicas, em especial pelos municípios com maiores restrições de pessoal técnico especializado.
Dados da Plataforma Mais Brasil, do governo federal, mostram que, no intervalo de 10 anos (de 2011 a 2021), juntos, os municípios sergipanos conveniaram um número de 3.171 obras, o que totalizaria R$ 5,31 bilhões. Destas, 474 foram canceladas, equivalendo a R$ 304,56 milhões em recursos não executados. As obras paralisadas somaram 266, alcançando o valor de R$ 520,26 milhões. Entre obras canceladas e paralisadas, chega-se a 824 milhões de reais. Entre as causas apontadas, segundo dados do TCU, 47% estão relacionadas a problemas técnicos, 23% ao abandono pelas empresas responsáveis e 10% por problemas orçamentários e financeiros.
Diante do impacto econômico para o estado de Sergipe, o grupo Banese (Banco do Estado de Sergipe), por meio do Instituto Banese, idealizou o ProjetarSE para auxiliar os municípios sergipanos na elaboração de projetos executivos de arquitetura e engenharia, assessoramento contábil e fiscal, e de formação para as equipes técnicas locais. Na execução dos projetos executivos das obras a serem geridas pelos municípios, o ProjetarSE inova com o emprego da metodologia BIM, o que minimiza os riscos de atraso e encarecimento na fase de execução das obras. De acordo com a Coordenadora Geral do ProjetarSE, Shirley Dantas, “Não é simplesmente fazer o projeto, é entender o processo. É entender qual a documentação técnica necessária, é saber quais são todas as licenças e autorizações dos órgãos e que precisam para aqueles projetos serem aprovados, é passar por uma sistemática de análise, muitas vezes, dos órgãos federais que fiscalizam aquele projeto e aquela obra. Precisa entender como essa metodologia acontece”.
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Lançado oficialmente em 25 de agosto de 2021, mas em execução desde fevereiro do mesmo ano, em menos de dois anos o ProjetarSE contabiliza 43 municípios contatados, 33 deles visitados e 12 projetos executivos completos, entregues ou em fase de conclusão. Além desses, mais 07 encontram-se em fase de desenvolvimento. Já são 3 obras iniciadas e 5 licitações em andamento. Somadas, as obras assessoradas e já orçadas pelo ProjetarSE chegam a um valor de R$ 50.070.055,70. São recursos que impactam positivamente a economia local, movimentando toda uma cadeia produtiva e de serviços. “A partir do momento que você tem bons projetos, que a gente tem obras acontecendo, é toda uma cadeia produtiva da construção civil que se dinamiza e acaba fomentando, de fato, esse desenvolvimento nos municípios. Fora que a gente tem desenvolvido projetos que também vão trazer um grande impacto, inclusive para geração de trabalho renda para esses municípios. Como é o caso dos mercados municipais”, destaca Shirley Dantas, Coordenadora Geral do ProjetarSE. Mais informações: é só clicar AQUI!
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Fonte: Folha PE
Autor: Fabiano Antunes
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