A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, analisa risco potencial entre tomar o reforço bivalente da Covid-19 da Pfizer e a vacina contra a gripe no mesmo dia pode aumentar o risco de ter um derrame.
No início deste mês, um dos sistemas de vigilância de vacinas do país sinalizou uma possível associação entre a injeção específica das novas cepas de Ômicron da Pfizer e um risco elevado de derrame isquêmico entre idosos com mais de 65 anos. A agência encontrou essa associação preliminar justamente enquanto vasculhava os bancos de dados após surgir essa preocupação.
Os investigadores descobriram que 130 idosos sofreram derrames nos 21 dias após receberem o reforço da Pfizer entre cerca de 550.000 receptores. Um homem de 70 anos morreu um mês após o derrame, que foi determinada a causa provável da morte.
Agora a FDA vai lançar um estudo maior para examinar possíveis problemas de segurança decorrentes da vacinação contra Covid e gripe simultaneamente. Segundo a agência, milhões de americanos receberam as duas vacinas ao mesmo tempo após um grande esforço de saúde pública do governo federal.
As descobertas ajudarão a agência a decidir se continua com sua recomendação de receber as duas vacinas ao mesmo tempo ou se muda suas diretrizes. Por enquanto, as autoridades de saúde ainda recomendam que as pessoas tomem as duas vacinas ao mesmo tempo, porque se infectar com gripe ou Covid também aumenta o risco de derrames.
Richard Forshee, vice-diretor do escritório de bioestatística da FDA, disse ao comitê independente de vacinas da agência que “Até agora, os dados sugerem a ausência de risco de segurança para os reforços bivalentes em pessoas com 65 anos ou mais”.
A FDA revisou os dados de 4,25 milhões de idosos que receberam o reforço de ômicron da Pfizer e não identificou nenhum risco aumentado de AVC. Cientistas e profissionais da área afirmam que é preciso uma investigação maior e mais aprofundada do caso para tomar uma atitude.
Na última semana, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também divulgaram uma análise de uma provável relação entre o risco de AVC para adultos mais velhos que receberam a vacina bivalente contra a Covid da Pfizer e afirmaram que estão investigando os dados.
Vacinas bivalentes
Atualmente, as vacinas bivalentes são administradas apenas como doses de reforço para as pessoas que já iniciaram o esquema vacinal com pelo menos outras duas doses. Entretanto O Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados, formado por especialistas externos que assessoram a agência reguladora, votaram por unanimidade que todas as vacinas vigentes contra a Covid-19 sejam atualizadas e que contenham os mesmos ingredientes das vacinas bivalentes.
O FDA agora precisa aprovar essa mudança, que se for confirmada, autoriza crianças pequenas e pessoas que ainda não se vacinaram a tomar as vacinas bivalentes como séries primárias e não mais de reforço.
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Fonte: Folha PE