Foto: REUTERS/Brendan McDermid
Já diziam os antigos: O que não mata engorda. Quem atentou contra a vida de Donald Trump quis eliminar também sua candidatura considerando-se que defunto não disputa nada. Tiro na orelha pode até levar a óbito, caso raro. O atirador mirou certamente a cabeça da vítima. Trump apareceu em público logo após ser alvejado, orgulhoso do curativo com esparadrapo, punho fechado, braço em riste para cima, candidatura viva, exibicionista.
Cônscio de que sofrera um atentado grave, estapeou a orelha como se picado por um mosquito. Transformou-se o ex presidente em herói, que daria a vida pela democracia e pelo povo. Os eleitores adorariam ter um governante assim. O impacto eleitoral maior do atentado resvalou sobre Joe Biden, de concorrência política tendo como adversários até correlegionários, componentes do partido democrático, pressupondo que é idoso demais para governar.
O projétil homicida alojou-se no cerne da sua campanha a reeleição. O fato político entretanto é mutável. Se as eleições fossem hoje venceria, provavelmente, o ex-presidente, contudo elas ocorrerão em novembro.
Joe Biden, com seus 81 anos, político por vocação, corredor por pressa e necessidade visto que o administrador não pode ser uma lesma. Vigiado pelos oponentes que insinuam sua fragilidade excessiva para o exercício da governança dos Estados Unidos, como se estivesse demente ou caduco. Querem impedir-lhe o direito de prosseguir na campanha para a reeleição. Que crueldade! Talvez por ele ser corredor negam a oportunidade de provar, na corrida presidencial, ser capaz de continuar presidindo o país.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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18/07/2024 às 13:07