Praticamente toda a população adulta da cidade de São Paulo, estimada em 9,2 milhões de pessoas, está parcialmente imunizada contra a Covid. Ao menos 98,9% desse grupo já teve contato com o vírus SARS-CoV-2, seja porque foi infectado ou vacinado contra a doença.
Os dados são do levantamento SoroEpi MSP, um projeto colaborativo entre cientistas e médicos com o apoio do Grupo Fleury, Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, Instituto Semeia e Todos pela Saúde.
A pesquisa avalia a prevalência do vírus da Covid entre a população da capital paulista desde maio de 2020, início da pandemia. Na oitava e última fase do levantamento, realizada entre março e abril deste ano e divulgada agora, constatou-se que que 79,1% da população com mais de 18 anos na cidade possui anticorpos contra a nucleoproteína SARS-CoV-2, provavelmente derivados de infecção.
Isso significa que a soroprevalência, ou a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, teve aumento de 26,3% em relação à etapa anterior do estudo, informaram os pesquisadores.
Ainda de acordo com o estudo, as análises revelaram que 96,3% da população adulta da capital paulista têm anticorpos neutralizantes (capazes de bloquear a entrada do vírus nas células) contra a doença – um aumento de 14,5% em relação a setembro de 2021. Este último dado destaca a importância da vacinação no combate à pandemia.
Os pesquisadores também mediram, pela primeira vez, os impactos específicos da variante Ômicron entre os moradores da cidade. E verificaram que a fração da população com anticorpos neutralizantes é de 83,1% contra a Ômicron. Esta variante foi a responsável por uma nova onda de casos e mortes no início do ano em todo o país.
Segundo os responsáveis pelo estudo, os dados sugerem que o número de casos graves e mortes devem seguir tendência de queda na capital paulista, desde que não surjam novas variantes.
Covid e renda
O levantamento também dividiu a cidade de São Paulo em dois estratos para avaliar a prevalência da Covid de acordo com a renda. Os resultados mostram que a frequência de pessoas com anticorpos contra a COVID nos bairros mais pobres foi superior à observada nas áreas mais ricas, somando 84,7% e 72,9% respectivamente. Essa diferença, porém, não foi observada na soroprevalência de anticorpos neutralizantes, derivados da imunização.
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Fonte: Folha PE