Por outro lado, alguns poucos criticaram os atos de vandalismo, classificando a manifestação como “inadmissível” e “tiro no pé” da direita.
No início da tarde, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entraram em edifícios dos três Poderes da República: Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional.
Imagens publicadas nas redes sociais mostraram cenas de depredação do patrimônio público e de ataques a policiais.
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, o senador Sergio Moro (União Brasil), foi um dos poucos parlamentares próximos do ex-presidente a se manifestar nesta tarde de domingo. “Protestos têm que ser pacíficos.”
“Os invasores precisam se retirar dos prédios públicos antes que a situação se agrave”, escreveu o ex-juiz federal, no Twitter.
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes (Republicanos), também criticou os atos.
“Para que o Brasil possa caminhar, o debate deve ser o de ideias e a oposição deve ser responsável, apontando direções. Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP!”, escreveu.
Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, também se manifestou contra os protestos.
“Em um ambiente democrático, as cenas que vemos em Brasília são inadmissíveis”, escreveu.
Outros políticos bolsonaristas proeminentes ficaram em silêncio sobre os eventos deste domingo até a publicação desta reportagem.
Os perfis da família Bolsonaro, como o do próprio ex-presidente e de seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo, não publicaram nenhum comentário sobre as invasões.
O ex-presidente e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos), embora tenha feito uma publicação neste domingo sobre a morte do ex-jogador de futebol Roberto Dinamite, também ficou em silêncio sobre os atos de vandalismo.
Outros políticos, como os deputados federais Bia Kicis e Ricardo Salles (ambos do PL), não se pronunciaram sobre a manifestação até a publicação desta reportagem.
Senadora pelo Distrito Federal, a ex-ministra Damares Alves (PL), bastante presente nas redes sociais, também não utilizou as redes sociais para comentar os eventos.
Influencers bolsonaristas famosos no Twitter também ficaram em silêncio.
O jornalista Fabricio Rebelo, que costuma publicar opiniões a favor do ex-presidente, foi um dos poucos influencers de direita a se manifestar sobre as invasões.
Ele comparou a manifestação à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, por seguidores de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.
“Não sei exatamente o que pretendem os manifestantes que invadiram o Congresso, mas receio muito que as consequências sejam as mesmas posteriores ao evento do Capitólio nos EUA, com a legitimação das narrativas de perseguição à direita. Lá, Biden seguiu Presidente, e mais forte”, escreveu.
Em grupos do Telegram, alguns apoiadores de Bolsonaro criticaram o vandalismo aos prédios dos três poderes.
“Não podiam quebrar nada, pessoal. Agora estão nos chamando de terroristas e golpistas”, escreveu uma apoiadora em um dos grupos com centenas de pessoas acompanhados pela BBC News Brasil.
“Vandalismo não é patriotismo”, escreveu outro apoiador.
Em sua maioria, no entanto, os bolsonaristas se posicionaram a favor os atos.
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