O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse na segunda-feira (18/4) que as forças russas lançaram uma nova ofensiva de grande escala no leste da Ucrânia.
“Agora podemos confirmar que as tropas russas iniciaram a batalha por Donbas, que estão preparando há muito tempo. Uma grande parte do Exército russo está agora engajada nesta ofensiva”, disse o presidente.
“Não importa quantos soldados russos eles tragam, nós vamos lutar. Vamos nos defender”, acrescentou.
A mensagem de Zelensky foi precedida por advertências de outros altos funcionários de seu governo, como seu chefe de gabinete, Andriy Yermak, que havia anunciado pouco antes que “a segunda fase da guerra havia começado”.
No final de março, um mês após o início da invasão da Ucrânia, Moscou declarou o fim da primeira fase de sua ofensiva e anunciou que concentraria seus esforços na “liberação completa” da região de Donbas, no leste do país.
Muitos analistas interpretaram essa mensagem como um reconhecimento implícito do governo de Vladimir Putin de que não conseguiu conquistar Kiev, onde a Rússia concentrou grande parte de seus esforços durante o primeiro mês da invasão na tentativa de derrubar o governo Zelensky.
A partir de então, a Rússia iniciou uma reorganização de suas forças para a ofensiva que, segundo o governo ucraniano, já começou.
O Ministério da Defesa russo informou na segunda-feira que centenas de alvos militares foram atacados nas primeiras horas da manhã no sul e leste da Ucrânia, perto de cidades como Zaporizhia, Kramatorsk, Krivói Rog, Odesa e Mikoláiv.
“Mísseis de alta precisão lançados do ar destruíram 16 instalações militares ucranianas durante a noite, incluindo cinco postos de comando inimigos, uma instalação de armazenamento de combustível e três depósitos de munição, além de pessoal e equipamentos militares”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Igor Konashenkov.
Ele disse que os russos atingiram mais de 300 alvos militares ucranianos: 18 postos de comando, 22 baterias de artilharia, um sistema de mísseis antiaéreos e 275 áreas de concentração de tropas.
Autoridades ucranianas disseram que houve oito mortes de civis em Donbas e outras nove no norte e oeste do país.
As informações russa e ucraniana não puderam ser confirmadas de forma independente.
Um ‘inferno’
O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, disse na segunda-feira que a Rússia tentou romper as defesas da Ucrânia “quase ao longo de toda a frente nas regiões de Donetsk, Luhansk e Kharkiv”.
Ele disse que as forças russas capturaram a cidade de Kreminna, localizada a cerca de 50 km de Kramatorsk, mas disse que as forças ucranianas estão “mantendo a linha” em outras áreas.
O governador da região de Luhansk, Sergei Gaidai, disse que o ataque russo é um “inferno”, com combates constantes nas cidades de Rubizhne e Popasna.
“A ofensiva já começou, aquela sobre a qual alertamos há semanas”, escreveu ele no Facebook.
Conclave ocidental
O presidente dos EUA, Joe Biden, se reunirá com seus aliados na terça-feira para discutir a crise na Ucrânia.
“O presidente convocará uma videochamada com aliados e parceiros para discutir nosso apoio contínuo à Ucrânia e os esforços para responsabilizar a Rússia como parte de nossa estreita coordenação”, disse a Casa Branca em comunicado.
Parte do mais recente pacote de ajuda militar de US$ 800 milhões dos EUA — que inclui helicópteros e veículos blindados — chegou às fronteiras da Ucrânia no domingo, segundo uma autoridade do Pentágono.
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