Culminância do projeto Empodera, iniciativa responsável pela formação de estudantes da rede municipal de educação do Recife, comemora o encerramento de mais um ciclo, que envolveu sete escolas beneficiando 170 alunos e alunas (Foto: Wagner Ramos)
O palco do Teatro Barreto Júnior, no bairro do Pina, se transformou em um espaço de celebração e aprendizado nesta quarta-feira (19). Os estudantes da rede municipal de educação do Recife se reuniram para comemorar o encerramento do IV ciclo do Empodera, projeto realizado pela Secretaria da Mulher, responsável pela formação cidadã de alunos, de 12 a 17 anos, da rede municipal de educação do Recife.
A Secretária da Mulher, Glauce Medeiros, comentou sobre o Empodera. “O projeto busca contribuir com o processo de formação sociopolítica e o empoderamento desses estudantes com atividades que discutem a inclusão social, igualdade de gênero e raçar plantando a semente de um novo dia, com paz e justica social. Além disso, o projeto não se limita apenas ao aspecto educacional, mas também promove a autoestima e a confiança das crianças, incentivando-as a serem agentes de mudança positiva em suas próprias vidas e na vida daqueles ao seu redor”, pontuou a secretária.
O ciclo IV, que ocorreu de março a junho deste ano, contou com a participação de sete escolas, somando 82 oficinas e mais de 170 alunos estudantes beneficiados. A apresentação contou com exposição fotográfica, exibição de curta-metragem e peças teatrais produzidas e encenadas pelos alunos que apresentavam temas relevantes para a sociedade como violência contra mulher, feminicídio, bullying, racismo, gordofobia, igualdade de gênero, entre outros. Participaram das apresentações as escolas municipais Maria Sampaio, Dom Bosco, Luiz Vaz de Camões, São Cristóvão, Cícero Franklin, Pedro Augusto e Mangabeira.
Aluna da Escola Cicero Franklin, no Ibura, Alice Vitória, de 15 anos, encontrou no projeto uma fonte de conhecimento. “Eu achava que precisava aprender sobre algumas coisas, porque já presenciei algumas cenas de violência. A partir do momento que eu entrei no projeto, eu comecei a ver que minha vida mudou, agora eu sei onde recorrer se acontecer novamente. Agora eu consigo enxergar quando a mulher está sofrendo violência”, contou.
Professor de Artes da Escola Mangabeira, Ytalo Santana contou que se deparou com muitos preconceitos. “Quando eu entrei na escola percebi uma turma que não tinha um olhar para saber que aquela situação era machista e homofóbica, por exemplo. As piadas, os xingamentos, não percebiam que isso era uma ofensa. Durante o Empodera eles começaram a perceber que eles faziam isso. E aí começaram a se corrigir. é isso que é massa, reconhecer o erro, não repetir e transformar não só a escola, mas levar o aprendizado para casa, para os amigos”, explicou o educador.
O projeto Empodera busca contribuir com o processo de formação sociopolítica de meninas e meninos e de desconstrução de estereótipos de gênero estimulando o pertencimento à coletividade e à responsabilização da vida em comum. Ao longo do ano foram realizadas oficinas com temas ligados à cidadania, igualdade de gênero, raça, direitos sexuais e reprodutivos, além de passeios educativos a equipamentos culturais da cidade. Até agora o projeto já passou por 30 escolas, realizou 326 oficinas e atendeu mais de 800 alunos.