O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não teria invadido a Ucrânia se ele fosse mulher.
Johnson disse que a invasão “maluca e machista” é um “exemplo perfeito de masculinidade tóxica” e pediu “mais mulheres em posições de poder”.
Os comentários de Johnson foram feitos na véspera de uma reunião da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental) em Madri, na Espanha, em que aliados discutirão como responder a futuras ameaças.
Johnson deu uma entrevista à emissora alemã ZDF após a cúpula do G7 (das nações mais ricas do mundo) na Alemanha.
Ao falar sobre a igualdade de gênero e a importância da educação, Johnson disse que é preciso haver “mais mulheres em posições de poder”.
“Se Putin fosse uma mulher, o que ele obviamente não é, mas se fosse, acho que ele não teria embarcado em uma guerra maluca e machista de invasão e violência do jeito que ele fez”, disse o premiê britânico.
“Se você quer um exemplo perfeito de masculinidade tóxica, é o que ele está fazendo na Ucrânia.”
Johnson também disse que, embora os líderes do G7 desejem “desesperadamente” o fim da guerra na Ucrânia, “não há acordo viável” no momento.
Para o premiê britânico, a Otan deve apoiar a estratégia militar da Ucrânia para colocar o presidente Volodymr Zelensky “na melhor situação possível” nas negociações com a Rússia “quando houver finalmente negociações”.
A reunião da Otan em Madri nesta quarta-feira (29/6) ocorre após a notícia de que a Turquia chegou a um acordo com Finlândia e Suécia, que tentam aderir à aliança militar.
Gastos de defesa
Na cúpula em Madri, Johnson pretende pedir que a Otan aumente seus gastos com defesa.
Os gastos de defesa do Reino Unido devem atingir 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços de um país) este ano como resultado do investimento de 1,3 bilhão de libras (R$ 8,3 bilhões) em apoio militar à Ucrânia, disse o governo britânico.
Várias outras nações que compõem a aliança não atingiram a meta anual de 2% do PIB em gastos militares estabelecida pela Otan.
Na terça-feira (28/6), o secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, fez um apelo a Johnson para aumentar ainda mais os gastos com as forças armadas do Reino Unido, por causa da ameaça representada pela Rússia.
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