- Ben Derico e James Clayton
- Da BBC News em São Francisco (EUA)
O Conselho de Supervisores da cidade de São Francisco, nos EUA, aprovou o uso de robôs com o poder de matar em operações da polícia.
A medida permite que a polícia utilize robôs equipados com explosivos em circunstâncias extremas.
“Os robôs podem potencialmente ser equipados com cargas explosivas para romper estruturas fortificadas contendo pessoas violentas, armadas ou perigosas”, explicou um porta-voz da polícia à BBC.
Segundo ele, os robôs também poderiam ser usados para “incapacitar ou desorientar suspeitos violentos, armados ou perigosos que representam risco de morte”.
Para Catherine Connolly, do grupo ativista Stop Killer Robots, a decisão representa um “terreno escorregadio”, que pode distanciar os humanos das mortes; enquanto outros opositores afirmam que pode levar a uma maior militarização da força policial.
Já os defensores da medida dizem que ela só seria usada em situações extremas.
A medida foi aprovada na terça-feira (29/11), com uma emenda especificando que os policiais só poderiam usar robôs com força letal após empregar táticas alternativas de apaziguamento.
O conselho também estipulou que apenas um número limitado de oficiais de alto escalão poderia autorizar seu uso.
Este tipo de robô letal já está em uso em outras partes dos Estados Unidos.
A polícia de São Francisco (SFPD, na sigla em inglês) disse que o departamento atualmente não possui nenhum robô equipado com força letal, mas que a medida pode ser necessária no futuro.
“Nenhuma política pode prever todas as situações concebíveis ou circunstâncias excepcionais que os policiais podem enfrentar. O SFPD deve estar preparado e ter a capacidade de responder proporcionalmente”, disse um porta-voz.
O governo federal distribui há muito tempo equipamentos de nível militar, como uniformes de camuflagem, baionetas e veículos blindados para ajudar na aplicação da lei local.
Mas uma lei estadual da Califórnia aprovada neste ano exige agora que as forças policiais da cidade façam um inventário dos equipamentos de nível militar e busquem aprovação para seu uso.
Connolly, do grupo ativista Stop Killer Robots, acredita que a aprovação do uso de robôs pode “deixar os humanos cada vez mais distantes do uso da força e das consequências do uso da força”.
E, na opinião dela, a medida pode tornar “mais fácil tomar decisões para usar força letal”.
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