Como já era de se esperar, o Santa Cruz demitiu Edson Ratinho na tarde desta segunda-feira (18) após as fortes declarações feitas contra a diretoria na decisão contra o Lagarto. O atleta teve seu futuro decidido em reunião realizada no Arruda, em dia de reapresentação do elenco. Entre Estadual e Série D, Ratinho participou de 14 jogos com a camisa do Santa Cruz nesta temporada. Ele deu uma assistência nesse período.
A decisão era questão de tempo. O clima entre Ratinho e o comando do Santa Cruz ficou insustentável durante o fim de semana após o desabafo do jogador, um dos líderes do elenco até então, sobre os bastidores do clube e a falta de participação da diretoria no futebol em pleno momento decisivo da equipe na Série D.
“Presidente e diretor tem de ficar ao nosso lado. Tem de cobrar. Não tivemos uma cobrança. A diretoria não cobrou. Não cobraram porque estão devendo (salário), de ‘rabo preso’. Esse é um desabafo meu. Assumo a responsabilidade. Ninguém veio para passar a importância do jogo. Posso ser mandado embora hoje, mas ninguém pode dizer que eu deixei de treinar”, disse Ratinho.
Entre outras críticas, o atleta também comentou a situação de dificuldade financeira vivida por funcionários do Santa Cruz devido ao atraso no pagamento da folha salarial, e revelou que precisou ajudar um colaborador na compra de gás de cozinha.
“Tem torcedor que acha que jogador é mercenário, mas jogador não se pronuncia porque, quando faz, é taxado assim. Quem aqui ganha rios de dinheiro no Santa Cruz? Tive de fazer pix para um funcionário comprar gás de cozinha. Como pai de família, isso dói em mim”, afirmou o atleta.
A réplica de ALN
As declarações de Ratinho foram rebatidas pelo presidente do Tricolor, Antônio Luiz Neto, que tentou minimizar as críticas do lateral-direito em entrevista coletiva.
“Vi comentários sobre a declaração dele e o fato é que o Santa está dando as melhores condições aos atletas para eles entrarem em campo. Todos conhecem a realidade. Sabem como encontramos o clube e não vou dar entrevista para trazer o negativo ao Santa. Isso é muito ruim. Temos que trazer o positivo. Quem joga no Santa precisa respeitar o nosso trabalho, realizado junto com a comissão técnica. Buscamos honrar nossos compromissos”, respondeu ALN.
“Quem estiver insatisfeito, pode sair”
O treinador Marcelo Martelotte também foi questionado sobre as declarações de Edson Ratinho, e relembrou o clima semelhante no clube na época da sua chegada, marcada pelo semelhante desabafo do ex-técnico Leston Júnior e a debandada de alguns jogadores.
“Não sei o que ele (Ratinho) falou. Ainda vou ouvir o jogador. O que o presidente falou, não vou mexer uma vírgula. Em termos de esforço da diretoria, do pagamento de direito de imagem. O Santa vive hoje da presença do torcedor no estádio. As dificuldades existem. Sei o que o clube passa, mas se você tem a expectativa de achar um clube diferente, você não vai encontrar. Isso não significa que a diretoria não se esforça em honrar os compromissos. O presidente esteve aqui na quinta, assim como a diretoria inteira. Temos que ver o que foi dito e qual é o pensamento do jogador. Falei aqui quando cheguei: o jogador que estivesse insatisfeito, eu não ia querer trabalhar. Naquela época, se falava em uma saída em massa, mas não aconteceu. Tivemos algumas saídas nesse período, como Rodrigo Yuri e Guilherme, que me comunicaram que queriam sair por conta de outras situações. E não vou segurá-los. Só ficará aqui quem pensa no sucesso do Santa”, declarou.
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Fonte: Folha PE
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