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Saiba como o 5G vai afetar as transmissões esportivas e quanto tempo até que isso se torne realidade

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O grito de gol antecipado pelos outros, a imagem travada no meio da partida e até a queda do sinal. Problemas como estes tornaram-se comuns com a popularização do consumo de esportes por meios digitais. O brasileiro cada vez mais assiste competições pelo computador, pelas smart TVs e, principalmente, pelo celular. Mas a experiência ainda deixa muito a desejar. Ao menos até agora.

A evolução nas transmissões esportivas está entre as aguardadas melhorias proporcionadas pela implementação da tecnologia 5G, que já chegou a três capitais do país (Belo Horizonte, João Pessoa e Porto Alegre, além do Distrito Federal) e tem previsão de estar nas demais até o fim de setembro.

Em resumo, o 5G tem capacidade de trabalhar com muito mais antenas, aumentando a transmissão de dados, e numa velocidade maior. Além disso, conta com a possibilidade de ajustes para suportar altas densidades de acessos — o que atinge diretamente os eventos esportivos.

Na outra ponta do processo, tudo isso se reflete na qualidade da imagem recebida, no fim dos congelamentos para carregar o vídeo, no menor risco de perda do sinal, no encurtamento do tempo entre a captação de imagem e sua exibição na tela (latência) e num leque muito maior de dados enviados. Além de assistir aos jogos com melhor resolução e sem travamento, o expectador poderá ter mais informações ao seu alcance. Como, por exemplo, acesso a estatísticas da partida na mesma tela em que ela ocorre sem esperar que a própria emissora as exiba.

Os próprios clubes e demais entes esportivos também tendem a ganhar. O 5G potencializa oportunidades de negócios de natureza digital para eles.

“Desde você vender com mais qualidade ingressos para jogos, com um melhor atendimento até você pode ter transmissões de streaming com um delay reduzido e aumentar ainda mais o consumo. É uma tecnologia de alargamento de banda que nos permite transmitir mais dados e mais rápido, e, com isso, uma série de negócios serem disparados”, explica o especialista em inovação no esporte e CEO da startup Feel the Match Bruno Maia, que ainda aponta a evolução da experiência de quem tenta acessar a internet nos estádios:

“Qualquer acesso a informação de interação entre o que acontece no campo e o usuário aumenta. Desde você poder ver a transmissão em tempo real, como antigamente as pessoas ouviam o rádio na arquibancada, até ter uma dezena de outras informações imputadas sobre esta experiência. Como poder apontar a câmera para um lugar do campo e saber que jogador é aquele. Vai depender mais da criatividade dos desenvolvedores”.

Exibidora do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil (e da Libertadores a partir de 2023), a Globo vem investindo em tecnologia. A emissora informou que utilizará kits de câmeras sem fio compactas que utilizam o 5G em suas coberturas, o que permitirá a transmissão de jogos em 4K e a redução do delay.

“Isso nos trará mais disponibilidade e velocidade na geração de matérias, além de qualidade nas transmissões. Outro ponto importante é que, graças à baixa latência e alta velocidade proporcionadas pelo 5G, a captação ao vivo em resolução 4K sem fio se torna viável” diz trecho da nota encaminhada pela comunicação da Globo, que aposta ainda na maior acessibilidade do Globoplay, sua plataforma de streaming, e a ampliação da oferta do sinal da TV Globo no país através dele (confira a nota na íntegra ao final da matéria).

Importante destacar que todas estas melhorias não serão sentidas de uma hora para outra. Trata-se de um processo gradual. Dependem do investimento em infraestrutura de rede nas cidades e até da disponibilização de aparelhos mais modernos para o público.

“Sem duvida, terá um impacto importante. No entanto, ainda é uma tecnologia que levará algum tempo para ser implementada em larga escala. Não acredito que haverá grandes novidades durante a Copa do Mundo pelo pouco prazo de testes e utilização”, opina Guilherme Figueiredo, CEO da NSports, plataforma de streaming esportivo responsável pelo canal oficial do Comitê Olímpico do Brasil e pela transmissão dos jogos das Séries A e B para o exterior.

A infraestrutura e o acesso da população a aparelhos mais modernos não é o único fator. Professor do Centro de Estudos em Telecomunicações da PUC-RJ, Rodrigo De Lamare explica que o próprio 5G vai ganhar novas versões ao longo dos anos.

“Nós estamos há 10 anos com o 4G e temos 77,4% da população com acesso a ele. O 5G deve levar também uns 10 anos para chegar em torno de 80%. E, para completar, não é na primeira versão que ele já virá com todas as possibilidades prometidas. Da mesma forma que o 4G, a cada período de testes uma nova versão é disponibilizada. É uma tecnologia que vai sendo aprimorada”.

Confira a nota enviada pela comunicação da Globo sobre os planos da empresa para as transmissões esportivas a partir da implementação do 5G:

“O 5G trará impactos positivos tanto para a experiência de consumo dos usuários quanto para alguns processos operacionais envolvidos na transmissão da Copa do Mundo. Atentos a este cenário, temos nos preparado para explorar todo o potencial que esse padrão de banda larga trará para a nossa transmissão e cobertura esportivas, seja pelo Globoplay, pelo Combate ou pelo Premiere.

Em termos de cobertura, vamos utilizar kits de câmeras sem fio compactas que utilizam a rede de quinta geração para transmitir conteúdo em tempo real e com extrema qualidade. Isso nos trará mais disponibilidade e velocidade na geração de matérias, além de qualidade nas transmissões. Outro ponto importante é que, graças à baixa latência e alta velocidade proporcionadas pelo 5G, a captação ao vivo em resolução 4K sem fio se torna viável, garantindo a possibilidade de distribuição de um conteúdo em ultra-alta definição.

Além disso, com a expansão da penetração da conectividade na população brasileira, abre-se uma oportunidade para que o consumo da cobertura da Copa do Mundo em nossas propriedades digitais seja ampliado. Com um ambiente móvel muito mais estável, veremos uma redução significativa nas situações de rebuffering ou indisponibilidade do conteúdo e/ou do evento enquanto o usuário estiver em movimento pela cidade.

O 5G também facilitará a implementação e disseminação de padrões de vídeo com maior qualidade no ambiente móvel, como eventos ao vivo sendo transmitidos em 4K, com experiências diferenciadas para o áudio, passando desde uma maior imersão até uma maior variedade de trilhas para seleção. É o caso da exibição de jogos em 4K que estarão disponíveis pelo Globoplay, que se tornarão mais acessíveis ao público graças ao 5G.

Neste sentido, é importante ressaltar que todo esse processo ganha fluidez com os investimentos contínuos que a Globo vem fazendo em infraestrutura de transmissão de dados a fim de suportar a demanda crescente de consumo de conteúdo digital. Como parte dessa trajetória, além da migração de sistemas e conteúdos para a nuvem, consolidamos a expansão da nossa CDN (Content Delivery Network ou Rede de Distribuição de Conteúdo), que atualmente cobre todo o território nacional. A capilaridade de rede é fundamental para reduzir a distância que os dados precisam percorrer entre os servidores e os dispositivos do usuário, garantindo uma melhor experiência no consumo de conteúdo.

Também vale frisar que o Globoplay ampliará a oferta do sinal da TV Globo para todo o Brasil até a Copa do Mundo Qatar 2022. Com a iniciativa, o público brasileiro ganhará mais uma forma de assistir ao vivo toda a emoção da cobertura da TV Globo e das suas afiliadas via streaming – além dos canais digitais do SporTV, Premiere e Combate”

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Fonte: Folha PE

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