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Roberto Fernandes publica carta após saída do Náutico

Após ser demitido do Náutico, o técnico Roberto Fernandes publicou, por meio de suas redes sociais, uma carta de despedida. O profissional deixa o comando do Alvirrubro após a derrota por 2×1 para a Chapecoense, nos Aflitos, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Na última passagem de Roberto pelo Timbu, ele saiu com um título do Campeonato Pernambucano. Ao todo, foram 18 partidas, com cinco vitórias, seis empates e sete derrotas. 

Confira a carta abaixo

Terminou minha 5ª passagem pelo Náutico. Assim como na primeira, em 2007, e em todas as outras que vieram posteriormente, acudi ao clube num momento de dificuldade, em que poucos atenderiam ao chamado. Há um risco implícito nessas missões que jamais me abstive de tomar. Encontrei um grupo em jejum de vitórias e há cinco partidas sem sequer marcar gols, juntos, atletas e comissão técnica conseguimos contornar o cenário, trazendo mais um Titulo de Bi-Campeão Pernambucano, fato ocorrido em apenas cinco vezes na história do clube e há 20 anos sem essa conquista. Foi um grande trabalho de recuperação do moral de um elenco que havia sucumbido em todos os desafios vividos até então na temporada, e os atletas tiveram muito mérito para num intervalo de sete dias vencer Operário e CRB, pela Série B, e a decisão com o Retrô que nos deu o título na Arena.

Na Série B, o patamar vivenciado hoje pelo Náutico não difere do patamar que o clube habita desde o retorno da Série C. A campanha de 2020 foi de briga contra a queda do início ao fim, e em 2021, embora o clube tenha feito um primeiro turno belíssimo, também viveu um momento tendo apenas uma única vitória em 13 jogos. Essa era a realidade também anterior a minha chegada, com duas derrotas em dois jogos. Sob meu comando, reconheço que os números destoam daqueles alcançados em outras passagens, com o adendo de que o aproveitamento de 37,5% obtido desde a minha estreia na 3ª rodada era superior ao do 14º colocado.

Essa é uma colocação em que o Náutico poderia facilmente estar. A pontuação das últimas rodadas poderia ter sido bem mais expressiva – os erros da arbitragem em Tombos, o pênalti do jogo do Criciúma e a chance clara desperdiçada minutos antes da virada da Chapecoense representam seis pontos que, se conquistados, deixariam o Náutico na primeira metade da tabela. São detalhes que fazem parte do futebol, e estou nesse jogo há bastante tempo para saber que não se deve negligenciá-los. Quando conspiraram a meu favor, as coisas foram diferentes, incluindo no próprio Náutico. (…)

Lamento pela interrupção do trabalho pois sei que já havíamos virado a chave para termos uma campanha segura, e sem dúvidas, o incremento técnico trazido pela leva recente de reforços seria a peça que faltava para materializarmos os resultados. Não me isento de responsabilidade, mas sei o que consegui fazer em condições progressivamente limitadas, perdendo jogadores para o mercado e para o departamento médico com uma incidência raramente vista num trabalho de três meses. Sei também o quanto seria capaz de fazer com um elenco mais robusto à disposição.

Desejo sucesso ao meu sucessor na missão de resgate que se inicia na quarta e agradeço a torcida alvirrubra por mais essa jornada juntos. Apoio não faltou e fico feliz de ter cravado ainda mais meu nome na história do clube. AVANTE!

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Fonte: Folha PE

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