Retrô e Santa Cruz decidirão, na segunda, quem continuará vivo na Série D do Campeonato Brasileiro. Após o empate em 0x0 no Arruda, no duelo de ida da segunda fase, as equipes se enfrentarão na Arena de Pernambuco. Quem vencer, passa para as oitavas. Um empate levará o confronto para as penalidades. Será o jogo mais importante dos clubes em 2022. O que deixa a torcida ainda mais ansiosa. A Folha de Pernambuco conversou com dois torcedores, um da Cobra Coral e outro da Fênix. Em comum, a confiança em alta e a expectativa de se aproximar ainda mais do acesso à Série C. A diferença é que apenas um terá o desejo atendido.
Até 2021, Gabriel Barreto, de 23 anos, torcia por outras cores. Mais especificamente, vermelho e preto. “Passei a torcer pelo Retrô após o jogo contra o Corinthians, pela Copa do Brasil. Já conhecia o projeto, mas passei a ter a visão de torcedor depois disso. Antes, eu torcia para o Sport”, contou.
Aprendizado na dor
Ao “virar a casaca”, Gabriel por pouco não comemorou o primeiro título como torcedor do Retrô neste ano. A equipe chegou à final do Campeonato Pernambucano, mas foi derrotada nas penalidades para o Náutico. Resultado que, na visão de Gabriel, trouxe lições para o duelo perante outra equipe da Capital, agora pela Série D.
“Diferente do jogo contra o Náutico, o Retrô não vai jogar com o resultado inicial (0x0) na mão. Eles vão ter que se impor para dominar o Santa. Na Arena, com o gramado molhado, a bola vai correr mais rápido e eles não vão conseguir segurar a gente. Meu palpite é 2×0, com dois gols do nosso artilheiro, Franklin Mascote”, frisou.
“Envolve dignidade”
Diego Bispo, de 32 anos, estava no jogo de ida, no empate em 0x0. Na visão dele, o Retrô foi superior no confronto, mas não “matou”. E de acordo com o torcedor do Santa Cruz, isso, aliado à polêmica criada pelo alto preço dos ingressos colocados pelo presidente da Fênix, Laércio Guerra, só fez aumentar a gana por um triunfo coral.
“O Santa passou na bacia das almas para o mata-mata, com a pior campanha entre os classificados. Já o Retrô tinha a melhor. Eles estavam em uma fase crescente. A gente vinha com o ambiente conturbado, principalmente depois das declarações, verdadeiras, diga-se, de Edson Ratinho. Mas acabou sendo um pouco inapropriado, pelo momento. O Retrô foi melhor e, se alguém tivesse que sair com a vitória, seria ele. O placar de 0x0 foi até bom para o Santa. Deu para ver que o time deles não é um bicho de sete cabeças. O confronto está totalmente aberto”, apontou.
“Eles deviam ter matado o jogo, vencendo por 2×0, 3×0. Não fizeram e isso deixou o Santa Cruz vivo. Sem falar que Laércio só inflamou a torcida do Santa com essa história de botar os ingressos por um preço muito caro. Isso fez os tricolores se unirem. Agora, é por uma questão maior. Envolve dignidade, orgulho da torcida. O presidente do Retrô queria afastar a torcida do Santa, mas ainda estaremos em bom número para apoiar os jogadores”, declarou, deixando também seu palpite. “Um 1×0 está de bom tamanho”.
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Fonte: Folha PE