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Regiane Alves valoriza processo coletivo na produção de “Vai na Fé”

Regiane Alves sabe bem como começou sua personagem em “Vai na Fé”, atual novela das sete. Porém, é uma incógnita para a atriz como a melancólica Clara vai terminar após quase 180 capítulos. Enquanto desbrava no ar a trama da mulher do vilão Theo, papel de Emílio Dantas, Regiane conta com o esforço coletivo para viver a socialite criada por Rosane Svartman diante das câmeras.

“É engraçado, né? Eu recebo os capítulos e penso em algumas coisas, mas tudo muda quando chega o figurino, com a troca com o parceiro em cena… A gente vai construído novela no dia a dia. chegamos com uma base, mas ninguém sabe o que será lá na frente. Gosto muito desse processo operário da novela”, explica.

Mulher da alta sociedade carioca, Clara é insegura e leva uma vida cercada de futilidades, passando os dias mergulhada em perfis de fofoca, lendo sobre dietas milagrosas ou vendo séries românticas. É casada com Theo, com quem tem o filho Rafa, de Caio Manhente, um adolescente também melancólico. Culpada, Clara tenta ajudá-lo, mas não sabe como. Até porque precisa se ajudar primeiro. Clara se sente perdida e impotente. O casamento com Theo está longe de ser uma relação bonita e saudável, e ela não percebe os danos que ele causa.


 

“É aflitivo viver uma personagem que não consegue sair do lugar. Todo mundo que tem mais de 40 anos já viveu alguma relação abusiva ou um relacionamento que não foi tão saudável. Acho que a Clara é uma personagem muito próxima da gente. Tem uma vivência bem comum a todos nós”, afirma Regiane, que é bastante lembrada por suas vilãs na tevê, principalmente pela Dóris, de “Mulheres Apaixonadas”, que maltratava os avós. “Olha, dessa vez sou mulher do vilão, hein?! Estou de folga (risos)”, completa.

De folga das novelas desde “O Tempo Não Para”, Regiane estava escalada para a nova temporada de “Malhação”, mas a produção adolescente foi descontinuada pela emissora. Inclusive, Priscila Steinman, que assinaria a trama infantojuvenil ao lado de Márcia Prates, também integra o elenco da atual novela das sete, contracenando ao lado de Regiane.

“A vida reserva umas coisas bem loucas para gente. No final, acabamos trabalhando juntas de qualquer forma. Era para ser. O Paulinho (Silvestrini) também seria o diretor de ‘Malhação’. Fiquei muito feliz que todas essas parcerias se concretizaram após um período tão longo parada por conta da pandemia”, aponta.

Na tevê há 25 anos, Regiane é velha conhecida do universo das novelas entre o grande público. Ao longo dos anos, ela acumula uma série de trabalhos de destaque, como “Laços de Família”, “Cabocla” e “Páginas da Vida”. Não à toa, a atriz desenvolveu o hábito de manter uma escuta bem aberta sobre a repercussão de seu trabalho nas ruas.

“Eu gosto de ver a novela e acompanhar, por exemplo, as reações no Twitter (risos). Acho importante ter essa escuta. Obra aberta é isso, né? Gosto de levar todos as críticas comigo, mas não deixo nada me derrubar. É tudo pra me ajudar e me colocar para cima”, ressalta.

Entre páginas


Regiane Alves está desbravando novos caminhos profissionais nos últimos anos. Recentemente, ela assinou seu primeiro livro: “Uma Ilha Fora do Mapa”. A obra é uma homenagem a seus dois filhos, João e Antônio, através de uma aventura que reforça a importância de cuidar do planeta.

“A escola dos meus filhos tem um projeto bem interessante sobre reciclagem. Quis me aprofundar mais sobre esse tema. Vi alguns documentários sobre o assunto e fui desenvolvendo. Foi um trabalho muito bom durante a pandemia”, afirma.

A oportunidade para publicar o livro surgiu após um contato inesperado de uma editora. “Queriam fazer uma biografia minha. Tenho 40 anos! Quero trabalhar mais 40 e fazer muita coisa ainda”, aponta.

Recentemente, o livro entrou no Plano Nacional do Livro para a educação infantil do estado de São Paulo e será distribuído nas escolas. “Fiquei muito feliz porque mais crianças vão ter acesso ao livro. Ainda quero escrever mais coisas, mas preciso esperar a novela acabar”, planeja.

Instantâneas:


– Antes de “Vai na Fé”, Regiane fez uma participação especial em “Além da Ilusão”. “Fiquei muito feliz de ter sido chamada. A novela era linda, muito bem-feita, com bons atores”, vibra;


– A atriz estreou na tevê aos 19 anos, na trama de “Fascinação”, em 1998 no SBT, em que viveu a protagonista Ana Clara;


– Para compor a Clara de “Vai na Fé”, Regiane buscou inspirações em séries internacionais, como “Big Little Lies” e “The White Lotus”;


– A atriz foi casada com o cineasta João Duarte Gomez, filho caçula de Regina Duarte.

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Fonte: Folha PE

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