O Marco Zero do Recife acompanha às 11h deste sábado (24) a largada da 33ª edição da Regata Internacional Recife/Fernando de Noronha (Refeno). 81 veleiros deixam a capital pernambucana para se aventurar na travessia de 300 milhas náuticas até o arquipélago. A expectativa é de que a linha de chegada seja cruzada no domingo (25).
Todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal, estão representados nesta edição, com São Paulo, Bahia e Pernambuco liderando o número de embarcações. Veleiros internacionais também marcam presença na disputa, com o uruguaio Loba, o argentino Goleta Gringo, e o espanhol Aliena.
Largada por grupos
As tripulações são divididas em classes, que por sua vez, são separadas por grupos e partem em horários diferentes. O grupo Verde engloba todos os veleiros menores e mais lentos, como as classes Turismo, Aço e Alumínio. Já o grupo Vermelho, representa os barcos das classes RGS e ORC, com um tamanho médio de 40 pés. Em seguida, a largada é do grupo dos Monocascos Maiores, das classes Bico-de-Proa A, Aberta A, e VPRS.
Os Multicascos, barcos mais rápidos e favoritos para a conquista da Fita Azul – prêmio dado à tripulação que chegar primeiro ao arquipélago, independente da classe – são os últimos a deixar o Marco Zero, enquadrados no grupo Amarelo. Entre os destaques da categoria, está o pernambucano Patoruzú, atual campeão da Refeno, em busca do quarto título consecutivo.
Força dos ventos
A Refeno deste ano deve ser marcada por estabilidade. Segundo o presidente da Comissão de Regata, Edval Júnior, a previsão para a largada é de ventos médios e fracos, ficando mais fortes na reta final, mas ainda em condições confortáveis para velejar.
Quem está esperando por uma quebra de recordes, no entanto, deve guardar a expectativa para o ano que vem. Para Edval, enquanto a força dos ventos e condição do mar são ideais para a segurança das tripulações, a edição não deve contar com tempos fora do comum, mantendo imbatível a marca de 14 horas, 34 minutos e 54 segundos do Adrenalina Pura em 2007.
“O vento esse ano vai ser um pouco mais fraco, sem possibilidade de quebra de recorde. Mas, o que mais vale a pena no evento é uma travessia tranquila, confortável, e que todos os barcos cheguem em segurança”, disse Edval Júnior.
Edval Júnior, presidente da comissão de Regata. Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Primeira viagem
Os ventos mais lentos não tornam a travessia menos desafiadora, especialmente para os estreantes. O advogado Theo Gouveia, 38, está em sua segunda Refeno, mas é a primeira vez no comando de sua própria embarcação, o veleiro Harmonia, um clássico modelo francês Arpège de 28 pés, o menor de toda a competição.
Enfrentando um mar adverso enquanto tripulante de um catamarã de 30 pés no ano passado, Theo aprendeu tudo o que precisa para comandar sua embarcação com segurança, mas sem deixar de lado a aventura do trajeto. A tripulação do Harmonia almeja finalizar a prova em 50 horas.
“O que atrai numa travessia é a sensação de desbravar o mar, de conquista. Daqui pra lá as circunstâncias podem ser bem adversas, mas você vê um céu que o celular não vai captar, só estando lá para sentir o que é uma Refeno”, contou.
Membros da tripulação do veleiro Harmonia. À esquerda, o capitão Theo Gouveia. Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Veja também
Vôlei TÊNISCruzeiro e Minas disputam Supercopa de vôlei masculino com Geraldão lotado; veja onde assistir
Com lágrimas e derrota nas duplas, Roger Federer encerra carreira
Fonte: Folha PE