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Recife tem novo reinado; conheça o Rei e a Rainha do Carnaval 2023

Depois de três anos, o Carnaval do Recife tem um novo reinado. Bruno Henrique de Farias e Mayara Almeida foram eleitos, respectivamente, Rei e Rainha da folia recifense de 2023. O resultado da seleção foi anunciado em cerimônia realizada no Pátio de São Pedro, localizado no bairro de São José, centro da capital pernambucana, na noite desta sexta-feira (27).

A final do concurso, promovido pela Prefeitura, reuniu, ao todo, dez candidatos a Rei Momo e 15 candidatas a Rainha, que desfilaram fazendo performances e evoluções de dança acompanhados da Orquestra Popular do Recife, sob a regência do maestro Ademir Araújo. Os competidores foram avaliados por um corpo de nove jurados segundo os critérios de apresentação, postura cênica e conhecimentos culturais. Além do título, que vale até o Carnaval do próximo ano, cada um dos ganhadores levou um prêmio de R$ 28 mil.

Mayara, que tem 28 anos e é do Pina, na Zona Sul do Recife, trabalha como bailarina e viaja pelo mundo. Ela contou que estava no Marrocos e lá recebeu o diagnóstico de um linfoma. Ao vir para o Brasil, felizmente descobriu que os nódulos eram benignos. “Eu estou tão emocionada. Eu vim a Recife e não esperava participar do concurso. Vinha propagando minha cultura internacionalmente e vim, aos 45 do segundo tempo, sem um real no bolso”, disse.


 

Já Bruno Henrique, 35 anos tentou vencer o concurso por quatro anos seguidos. Segundo o bailarino, as pessoas diziam que não tinha “estereótipo” para ser Rei Momo. “Eu sabia que ia chegar o meu momento, e ele chegou. Minha expectativa [para o Carnaval] é a melhor possível, de felicidade e alegria”, afirmou. Ele agradeceu à comunidade onde cresceu, o Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, e às diversas instituições em que já atuou. “Esse reinado não é só meu. É nosso”, afirmou Bruno Henrique, que, além de bailarino, é coreógrafo e professor de dança.

Cão subiu no palco do concurso mais de uma vez, roubando a cena – Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

O evento começou por volta das 20h diante de um Pátio lotado. Logo no início das apresentações, um fato inusitado: um cachorro subiu várias vezes no palco. Embora os seguranças o tirassem do local, o animal sempre dava um jeito de voltar. Até que, na performance de abertura, ele correu no meio dos dançarinos, chegando a morder a capa da atual Rainha do Carnaval, Ruanna Oliveira. O animal foi retirado com uma corda improvisada de coleira.

Reinado de 3 anos


Realizado pela última vez em 2020, por causa das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o Carnaval do Recife era, desde então, representado pela mesma dupla de majestades, ainda que sem foliões nas ruas ao longo de todo esse período. O produtor cultural Marcone Mastronelly e a coreógrafa Ruanna Oliveira, que já tinha sido Rainha em 2015, fizeram questão de participar da cerimônia e passar o bastão para a nova realeza.

Na fala de despedida aos súditos, Ruanna se emocionou bastante. “O Carnaval continua, graças a Deus. Meu ciclo se encerra, mas deixo uma história. Eu me orgulho de ter sido três vezes princesa para me tornar Rainha em 2015”, disse.

Já Marcone recordou os anos marcados pela pandemia. São tantas emoções. São tantas coisas que eu ouvi. Esse é o maior Carnaval do Brasil. E para mim, representá-lo com uma Rainha é uma honra. Com você, eu vivi alguns dos momentos mais lindos da minha vida”, afirmou, dirigindo-se a Ruanna, e, em seguida, dedicando o período de reinado a Eduardo Queiroz, Rei Momo de 2017 que morreu de Covid-19 recentemente. Logo após o discurso dos reis, os candidatos se apresentaram ao público.

Nina Souza e Matheus José Pimentel – Foto: Edson Holanda/divulgação PCR

Pessoa com deficiência


Mais cedo, houve a eleição do Rei e da Rainha da Pessoa com Deficiência do Carnaval do Recife 2023. No concurso, que teve a segunda edição, nessa tarde, no Compaz Dom Hélder Câmara, na Ilha Joana Bezerra, na região central, os vencedoes foram dois cadeirantes.

O pedagogo Matheus José Pimentel, 27 anos, foi eleito o rei e a professora de dança Nina Souza, 40 anos, a rainha. Cada um foi premiado com R$ 5 mil.

“Sou passista e porta voz do frevo e é com grande alegria que recebo a faixa e o título de majestade da pessoa com deficiência do Carnaval do Recife, que é o Carnaval da diversidade e da inclusão. Para mim, o Carnaval do Recife é isso, é diverso, é amor, é alegria, é energia, é saúde, é viver”, disse Matheus.

Nina e Matheus receberam, respectivamente, as faixas da rainha de 2020, Zemily Casala Santos, e do rei de 2020, Caio Antônio Rocha, ambos com síndrome de Down.

O evento, realizado pela Secretaria-Executiva de Direitos Humanos do Recife, reuniu 19 concorrentes, sendo seis homens e 13 mulheres. Este ano puderam se candidatar pessoas com deficiência física, a exemplo de amputados, usuários de cadeira de rodas, usuários de muletas ou com mobilidade reduzida.

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