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Legenda da foto, “O sangue dos meus filhos não é mais valioso do que o sangue do nosso povo”, disse Haniya, também conhecido como “Abu Al-Abd”

Haniya anunciou na quarta (11/04) que três dos seus filhos e dois netos foram mortos em ataque das Forças de Defesa de Israel em Gaza. O Exército israelense afirma que os três irmãos eram “militares do Hamas” e confirmou que eles foram mortos, dizendo que foram “eliminados”.

Haniya, também conhecido como “Abu Al-Abd”, disse à rede de televisão Al Jazeera que recebeu a notícia enquanto visitava palestinos feridos que haviam sido transferidos para a capital do Catar para tratamento.

Ele disse que agradeceu a Deus pela “honra que me foi concedida pelo martírio dos meus filhos e netos” e garantiu que isso não afetaria o posicionamento do Hamas nas negociações do grupo com Israel sobre um cessar-fogo em Gaza.

“O inimigo tem ilusões se pensa que atacar os meus filhos, no auge das negociações e antes de enviarmos a resposta, levará o Hamas a mudar seu posicionamento”, disse ele à Al Jazeera

“O sangue dos meus filhos não é mais valioso do que o sangue do nosso povo”, acrescentou Haniya.

Esta não é a primeira vez que a sua família é atingida por Israel. Sabe-se que outro de seus filhos morreu em fevereiro, enquanto seu irmão e sobrinho foram mortos em outubro, seguidos por um neto em novembro.

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Legenda da foto, Haniya perdeu três filhos em mais recente ataque de Israel

A ascensão de Haniyeh

Haniya, hoje com 62 anos, nasceu em um dos campos de refugiados palestinos em 1962.

Ele se envolveu na causa palestina desde muito jovem. Em 1989 foi preso por Israel e, após três anos de prisão, exilou-se com vários líderes do Hamas em Marj al-Zuhur, uma “terra de ninguém” na fronteira entre o Líbano e o território palestino da Cisjordânia em 1992.

Depois desse ano no exílio, ele voltou à Gaza e em 1997 foi nomeado chefe de gabinete do xeque Ahmed Yassin, líder do Hamas, o que fortaleceu sua posição no movimento islâmico.

Em fevereiro de 2006, o Hamas o nomeou primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), a organização política que governa os territórios palestinos, em um acordo com o Fatah, um grupo político palestino rival do Hamas.

Um ano depois, Haniya foi removido do cargo pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, quando a votação que elegeu o Hamas para o controle de Gaza foi considerada inválida pelo Fatah. Então as Brigadas al-Qassam (o braço armado do Hamas) assumiram violentamente o controle de Gaza, expulsando o Fatah da região.

O Fatah passou a ter o controle político apenas da Cisjordânia, embora oficialmente estivesse no controle da ANP, que teria autoridade sobre todos os territórios palestinos.

No entanto, na prática, Haniya continuou sendo o líder em Gaza, cargo que deixaria em 2014.

Anos mais tarde, em 6 de maio de 2017, ele foi eleito chefe político do Hamas, considerada a posição mais alta na estrutura do grupo.

Pouco depois ele se exilou no Catar, onde o Hamas tem uma espécie de embaixada de onde foram realizadas algumas negociações com Israel em crises anteriores.

O Departamento de Estado dos EUA tem Haniya na sua lista de terroristas procurados.

Embora Haniya tenha liderado a organização remotamente nos últimos anos, o controle em Gaza é relegado a Yahya Sinwar, enquanto Mohamed Deif lidera as Brigadas Al Qassam ao lado de Marwan Issa.

Também são considerados líderes proeminentes os fundadores do Hamas Khaled Meshaal e Mahmoud Zahar.