Estudantes de escolas municipais e estaduais receberam orientações (Foto: Divulgação)
Cerca de 100 crianças e adolescentes, oriundos da Escola Municipal Sítio do Berardo e da
Escola Estadual Dom Bosco, estiveram reunidos na manhã desta terça-feira(23), no Compaz Ariano Suassuna, no bairro do Cordeiro e foram encorajados a fazer denúncias sobre a violação de direitos humanos e estimulados a fortalecer a multiplicação da informação, quanto ao desaparecimento de crianças e adolescentes. A ação em alusão ao Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, cuja data de origem é 25 de maio, foi coordenada pela Prefeitura do Recife e contou com a participação de representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Defesa Social (SDS), Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) e da Sociedade Bíblica Brasileira (SBB).
Bete Godinho, secretária executiva de Direitos Humanos do Recife, ressaltou que o município do Recife realiza uma campanha permanente, coordenada pela Gerência da Criança e do Adolescente, de forma mais incisiva nos momentos de grandes eventos na cidade do Recife, como Carnaval, festas juninas e por ocasião dos festejos profanos e religiosos no Morro da Conceição. “O município realiza de forma permanente oficinas, palestras, rodas de diálogo e seminários”, destacou Bete, acrescentando que a população tem à sua disposição o próprio departamento da criança do adolescente na cidade do Recife e outros mecanismos como o Centro de Referência de Direitos Humanos Margarida Alves e os conselhos tutelares, que são parte da rede que integra esse sistema de atendimento de familiares ou de pessoas em situação de desaparecimento.
Bete ainda ressalta que a Prefeitura do Recife cada vez mais está trazendo essa campanha como uma ação permanente e isso é muito importante porque o desaparecimento compõe uma série de outros elementos que são complexos do ponto de vista de uma criminalidade que se organiza em face de tráfico de pessoas, sobretudo de exploração sexual de crianças e adolescentes e de tráfico de órgãos. “É um alerta para a sociedade para que proteja e introduza cada vez mais a prática e o comportamento pela proteção de nossas crianças e adolescentes”, acrescentou.
Alexandre Rodrigues da Silva, superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Pernambuco destacou alguns cuidados para evitar o desaparecimento. “As crianças devem sair de casa identificadas com telefone dos pais e os adolescentes, por terem mais maturidade, devem ter conhecimento dos sistemas da PRF, como o serviço Sinal Desaparecidos”, explicou. O serviço Sinal Desaparecidos tem como objetivo agilizar a comunicação de desaparecimento de pessoas. Após validação do registro, o sistema dispara um alerta para todos os policiais em serviço, num raio de 500 quilômetros, com os dados da pessoa desaparecida. O registro também pode ser feito por telefone, pelo número de emergência da Polícia Rodoviária Federal, o 191.
Jeanne de Aguiar Pinheiro de Souza, chefe do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Defesa Social, disse que as crianças e os adolescentes precisam ficar atentos. “Precisamos alertar esses jovens para que não caiam nessa malha do tráfico de pessoas, que se aproveita justamente das vulnerabilidades deles, da questão econômica, social, com propostas vantajosas de emprego”, disse.
O Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, 25 de maio, foi escolhido em homenagem a Ethan Patz, criança de seis anos que desapareceu em Nova Iorque, em 1979, nunca sendo encontrada novamente. A data mobiliza várias instituições para solucionar os milhares de casos de jovens desaparecidos. A data tem como objetivo alertar a população sobre o perigo e todas as questões relacionadas ao desaparecimento de crianças e adolescentes. De acordo com o S.O.S. Crianças Desaparecidas, estima-se que aproximadamente 50 mil jovens desaparecem por ano no Brasil.