A programação acontecerá nesta quinta (25), no Pátio de São Pedro, e envolverá apresentações de grupos musicais, de dança e teatro, orquestras e grupo de passistas, das 15h às 18h. (Foto: Ikamahã/Sesau Recife)
Em 18 de maio, celebra-se o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, mas na cidade do Recife, as atividades vêm sendo realizadas durante todo o mês, como forma de marcar este importante movimento que redirecionou o cuidado às pessoas com transtornos mentais e que fazem uso de substâncias psicoativas. A culminância acontece nesta quinta (25), com ações coordenadas pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da Secretaria de Saúde (Sesau), no Pátio de São Pedro, bairro de São José.
O evento será aberto ao público, especialmente aos usuários, familiares e profissionais da Rede de Atenção Psicossocial. A programação envolverá apresentações de grupos musicais, de dança e teatro, orquestras e grupo de passistas, das 15h às 18h. Nas últimas semanas, usuários e profissionais dos Caps também trabalharam de forma coletiva na confecção de materiais alusivos ao movimento, como cartazes, estandartes e camisetas.
“Este é um momento de fortalecimento e reafirmação através da cultura, para celebrar essa data que marca o cuidado em liberdade”, afirma a psicóloga Evandra Amorim, da equipe da Coordenação de Saúde Mental da Sesau, referindo-se à mobilização nacional pelo fechamento de manicômios e por legislações em defesa da Saúde Pública e do atendimento humanizado.
Em 2001, através da Lei Paulo Delgado (Lei n° 10.216/2001), foi instituída no Recife a rede de cuidado substitutiva, com a criação dos Caps. Com isso, ficaram assegurados os direitos dos usuários com transtornos mentais e também foi redirecionado o modelo de atenção em que o tratamento se faz em liberdade, considerando o espaço de vida das pessoas e suas relações sociais com a autonomia possível de cada um, priorizado através da reinserção social.
No Recife, os hospitais psiquiátricos existentes foram fechados em 2016. A Política de Atenção à Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Prefeitura mantém o modelo de cuidado com base na clínica psicossocial, respeitando os princípios da reforma psiquiátrica, dos direitos humanos e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede de Atenção Psicossocial do Recife é composta por Caps, residências terapêuticas, unidades de acolhimento e leitos integrais, além dos dispositivos de urgência e emergência do Estado.
SERVIÇO – Recifenses podem procurar os Caps de forma espontânea ou por encaminhamento de uma unidade da Atenção Básica. Os profissionais que trabalham nos Centros formam uma equipe multidisciplinar composta por médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. A lista com as 17 unidades pode ser conferida aqui: https://bit.ly/2Rz6fzo.