Com o objetivo de garantir segurança alimentar para a população, documento vai nortear a política de fomento a estruturas de produção como hortas comunitárias. (Foto: Daniel Tavares/PCR)
A Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana – SEAU (vinculada à Secretaria de Política Urbana e Licenciamento), apresenta, na próxima segunda-feira (4), o Plano de Agroecologia Urbana do Recife. O documento foi elaborado após um processo de discussão iniciado em março deste ano com vários segmentos da sociedade e vai nortear a política de agroecologia urbana do município. Completamente online, o lançamento acontecerá às 16h e poderá ser acompanhado pelo https://www.youtube.com/c/TVUrbanaRecife
Entre as metas estabelecidas no Plano estão a implantação e apoio a 180 estruturas de produção – como hortas, pomares, roçados, hortas fitoterápicas e escolares – até 2024. Também constam como metas o desenvolvimento de parcerias com no mínimo 10 organizações sociais, acadêmicas e comunitárias por ano para projetos agroecológicos; implantação da coleta de orgânicos e compostagem em 20 escolas municipais e construção da política de agroecologia urbana do Recife.
Criada no início da gestão, a SEAU cuida do fomento às práticas sustentáveis de agricultura no território do município. O objetivo é contribuir com a segurança alimentar através do apoio a iniciativas como hortas comunitárias, escolares e institucionais, quintais produtivos, sistemas agroflorestais, pomares urbanos e criação de abelhas sem ferrão. O Plano de Agroecologia Urbana é o resultado de reuniões com a sociedade – associações comunitárias, universidades e agricultores – para identificar desafios e soluções no segmento. “O primeiro momento foi o Seminário de Agroecologia Urbana do Recife, que aconteceu em 23 de março deste ano, seguido do contato entre representantes de Secretarias Municipais e instituições da sociedade. O documento é fruto da decisão política da gestão de implantar mais hortas e pomares e qualificar o acompanhamento das estruturas de produção comunitárias e institucionais existentes na cidade”, explica a Secretária Executiva de Agricultura Urbana do Recife, Adriana Figueira.
Além de nortear a produção de alimentos e de ervas medicinais livres de agrotóxicos, o Plano contribuirá com a requalificação do ambiente urbano pela criação de microclimas. Também vai favorecer a ocupação de terrenos urbanos vagos e estéreis, focos de contaminação e transmissão de doenças, com vistas à proteção da saúde da população em geral e do meio ambiente. Além disso, também servirá para perpetuar os saberes populares e o acesso ao tratamento de doenças de forma mais natural. “É importante também destacar que a produção de alimentos na cidade diminui a distância entre o que é produzido e consumido, gerando benefícios em termos de menor emissão de gases do efeito estufa pelo transporte de alimentos por longas distâncias e menor desperdício de alimentos”
O Recife tem 51 feiras agroecológicas cadastradas no município, além de 25 hortas comunitárias nas escolas e em locais como Compaz Miguel Arraes de Alencar, na Av.Caxangá, Lar Fabiano de Cristo, na Várzea, CMEI Alcides Tedesco Restelli, na Madalena, Escola de Referência em Ensino Médio Prof. Mardônio de Andrade Lima Coelho, em Água Fria, entre outros. “A geografia do município favorece a implantação de hortas: a maior parte do território é plana, o índice de chuvas é acima de 1.800 milímetros por ano e há sol a favor durante a maior parte do ano”, comenta a secretária.
Após a apresentação do plano será dado início à execução dos projetos previstos. “As metas estabelecidas serão acompanhadas por uma equipe formada não só pela gestão municipal, mas por vários setores da sociedade”, completa a secretária.