A 6ª Mostra Ambiental de Cinema do Recife – MARÉ acontecerá em formato híbrido, com atividades presenciais e virtuais, entre os dias 29 de novembro até 7 de dezembro. Com uma programação gratuita, o evento vai contar com exibições de filmes, além de oficinas, encontros, debates e diversas atividades culturais abordando temas ambientais relevantes, como as mudanças climáticas. Ao todo, 24 filmes de 11 estados e 2 países estarão sendo exibidos. Este ano, a grande novidade é que pela primeira vez o Arquipélago de Fernando de Noronha entrará no circuito. A iniciativa é apoiada pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Toda programação da mostra pode ser acessada no site www.mare.rec.br.
A programação da edição compõe três eixos estruturadores: Cidades e Conflitos, Ecossistemas e Biodiversidade, Povos e Territórios, voltados para acontecimentos urgentes, entre eles, a COP26, mudanças climáticas, Década dos Oceanos e o Marco Temporal. “Quando penso em meio ambiente, a reflexão que faço é que o meio é o todo, tudo que está ao nosso redor é o ambiente. Estamos vivendo um momento de urgência, seja devido a covid-19 ou com a sobrecarga do uso dos recursos naturais, e pouca ou quase nenhuma preocupação com a sustentabilidade. Acreditamos que o cinema é uma ferramenta potente de conscientização e transformação ambiental, e é nessa perspectiva que realizamos a 6ª edição da MARÉ. Sempre com inovação e trazendo ao público temas atuais, essa edição consolida um trabalho feito com carinho e preocupação com todo o ambiente e a sustentabilidade da nossa cidade e planeta” explica Rafael Buda, Coordenador geral da mostra. A edição marca a estreia da primeira mostra a ocupar o centenário Teatro do Parque. “Fazer a sexta edição da MARÉ no Parque tem um valor único: a preservação histórica de espaços culturais, que se torna mais especial com a partida de Geraldo Pinho, um dos maiores incentivadores do cinema nacional”, completa Tiago Delácio, coordenador de programação da MARÉ.
A arte oficial desta edição, intitulada “Um sonho recorrente”, é da artista pernambucana Juliana Lapa, com elementos visuais do Recife, como a Torre de Cristal, que compõe o Parque das Esculturas Francisco Brennand. “Acredito que muitas pessoas que vivem em cidades litorâneas têm esse sonho recorrente com grandes ondas, tsunamis. Eu sou uma delas. Este é um desenho que tem um poder simbólico muito grande, ele anuncia que uma grande mudança se aproxima, seja pela força da natureza, seja pela força da emergência diante da grave situação ambiental”, explica a artista.
De acordo com José Berttoti, secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, a MARÉ se consolida em Pernambuco e no cenário do cinema nacional. “Vocacionada para para o cinema ambiental, já teve oportunidade de ser porta de entrada para filmes produzidos com o apoio da nossa agência CPRH, através de recursos da compensação ambiental. A mostra abre um importante espaço de conhecimento do patrimônio ambiental do Estado e do Brasil, e a compreensão de espaços que são fruto da luta do povo, como a Mata do Engenho Uchôa e a Estação Ecológica de Caetés (Esec), primeira unidade de conservação de Pernambuco. O Governo do Estado apoia a realização da MARÉ, estendendo a mostra que acontecia tradicionalmente no Recife, para Fernando de Noronha, levando programação para a população do arquipélago, patrimônio ambiental da humanidade”, destaca José Bertotti.
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Carlos Ribeiro, destaca como o cinema auxilia no processo informativo, de sensibilização e de conscientização sobre as questões ambientais. “Cinema e meio ambiente são naturalmente interdisciplinares e sua articulação é extremamente fértil para a formação dos cidadãos. Com a crise climática que estamos vivendo, precisamos debater esse assunto usando todas as ferramentas possíveis. E a sétima arte exerce com muita força esse papel, permitindo que jovens e crianças, especialmente, usufruam de uma experiência diferenciada e sintam com mais vivacidade a realidade das questões ambientais”, avalia Ribeiro.
Composta por 18 curtas e 6 longas, totalizando 24 filmes de 11 estados e 2 países, a curadoria da edição de 2021 da MARÉ é do crítico, curador e pesquisador André Dib em parceria com o curador da Mostra Cinema do Mar, Fellipe Redó. Entre os destaques, o longa de abertura ‘Por onde anda Makunaíma?” de Rodrigo Séllos, refaz a trajetória do personagem em suas diferentes formas, da ancestralidade indígena às obras da literatura, cinema e teatro, propondo uma reflexão sobre a cultura brasileira ao longo do século 20. O filme conta com imagens de Joana Fomm, Milton Gonçalves, Paulo José e depoimentos do ativista Jaider Esbell. O pernambucano ‘Bem Virá’, da diretora Uilma Queiroz, realizado no interior por mulheres sertanejas e da capital, reforça a importância do protagonismo feminino no audiovisual e contrapõe o estereótipo de elementos do Sertão, a exemplo da seca. O filme propõe um debate especial após a sessão.
“A programação deste ano foi composta por filmes marcados pelo desejo de ruptura e questionamento. Na mesma medida, são obras que buscam no fazer cinematográfico e na memória cultural processos de cura e formas outras de se conectar e estar no mundo que não aquelas que nos levaram à tragédia em tantos níveis como a que estamos vivendo. É importante destacar a força da produção da Região Norte, que participa com dois curtas e um longa significativos neste sentido, assim como o cinema indígena representado pelo filme Essa Terra é Nossa”, destaca André Dib.
Sessão Especial Cinema do Mar – Em comemoração à Década dos Oceanos (2021 a 2030) a Maré apresenta uma seleção de filmes pensados especialmente com objetivo de fazer um alerta aos espectadores, para lançar de imediato iniciativas radicais a fim de reduzir os índices cada vez mais alarmantes na emissão de gases poluentes na atmosfera e no oceano. “As obras são uma coleção fílmica que apresenta uma certa desconfiança na política de apaziguamento, de disruptura à normalidade vendida nas farmácias e pelo Governo Federal, de anúncio distópico de futuro embora não completamente improvável. Ainda assim, os filmes que compõem esta seleção tem o objetivo de contribuir dando visibilidade às ODS – Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável”, destaca Fellipe Redó curador da Mostra Cinema do Mar.
Oficinas – Duas oficinas compõem a programação da edição da mostra no formato híbrido entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro: Oficina de Documentário Ambiental com Marlom Meirelles, (presencial) e Oficina de Animação Stop Motion com materiais Materiais Reutilizados com Bruno Cabús (virtual), ambas com carga horária de 20h. As inscrições seguem até domingo (21) através do linktr.ee/mare_recife e o resultado da seleção será divulgado no dia 24 de novembro no site e redes sociais da mostra.
Encontros e debates – Voltados para os eixos da mostra e seus desdobramentos, a edição da MARÉ 2021 promove o 2º Encontro de Festivais Ambientais de Cinema e os debates O desafio da década: a restauração dos oceanos e a perda da biodiversidade, com Heloísa Schurmann, Andrea Olinto e Rômulo Faria; Marco Temporal: resistência e luta dos povos tradicionais, com Iran Xucuru, Whodson Silva e Carolina Canguçu, e Planeta em risco: a emergência climática, conflitos econômicos, políticos e impactos imediatos, com Inamara Melo, Moacy Araújo e Silvio Tendler.
Atividades presenciais – No Recife, o Cineteatro do Parque recebe a 6ª MARÉ nos dias 29 e 30 de novembro. A MARÉ será a primeira mostra a ocupar o Parque, espaço histórico que retomou recentemente suas atividades após um longo período fechado. Já no dia 4 de dezembro, uma exibição ao ar livre ocupará o Cais do Sertão (Espaço Umbuzeiro – vão livre) e no dia 5 de dezembro, uma ação de limpeza ambiental em parceria com as associações e coletivos Xô Plástico, Recife sem Lixo e Green Girls está programada no Parque das Esculturas. As novidades desta edição são exibições e debates na Ilha de Fernando de Noronha nos dias 6 e 7 de dezembro.
CineRuaPE – Em parceria com o Coletivo CineRuaPE, a MARÉ 2021 irá realizar uma visita guiada no Cineteatro do Parque em comemoração ao retorno do equipamento cultural do Recife, espaço que concentra grandes exibições cinematográficas e atrações culturais desde 1915. O coletivo CineRuaPE vem realizando atividades em prol da memória, retomada e preservação dos cinemas de rua do Estado de Pernambuco há seis anos. A visita ganha o nome de ‘Geraldo Pinho’, programador do Parque por muitos anos e grande incentivador da MARÉ, falecido recentemente. Compondo a programação, uma sessão especial de curtas da mostra será exibida para alunos da rede pública de ensino.
Cuidados sanitários – A 6ª edição da MARÉ seguirá todos os protocolos sanitários no combate e prevenção da Covid-19 em todas as atividades presenciais. Para a segurança do público ao acesso à mostra, será necessária a apresentação do cartão de vacinação com a primeira dose da vacina ou com ciclo vacinal completo (físico ou virtual). Além disso, será obrigatório o uso de máscaras e o distanciamento social. A mostra disponibilizará álcool (gel/líquido) e máscaras descartáveis para substituição.
A MARÉ é uma realização da Bonsucesso Comunicação de Cultura, produção A saga Audiovisual e Cidadania, com incentivo do Funcultura e apoios da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Administração de Fernando de Noronha, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Secretaria Estadual de Turismo e Lazer, EMPETUR, Cais do Sertão e Editora CEPE.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA 6ª MARÉ:
OFICINAS
de 29/11 a 3/12 – Segunda a Sexta
Oficina de Documentário Ambiental, com Marlom Meirelles
13h às 17h
Local: Espaço Pasárgada
Oficina de Stop Motion com materiais reutilizados, com Bruno Cabús
14h às 18h
Local: Zoom
TEATRO DO PARQUE
Segunda 29/11
18h – VJ Biarritzzz (Intervenção videomapping)
18h30 – Cerimônia de abertura
19h – Sessão de abertura:
Curta: Fragmentos de Gondwana (PE, 2021, 18’), de Adalberto Oliveira Longa: Por onde anda Makunaíma? (RR, 2020, 84’), de Rodrigo Séllos, seguida de debate com os realizadores.
Terça 30/11
15h30 – Visita guiada com o Coletivo #CineRuaPE Sessão de Curtas
1 Peixe para 2 (PE, 2020, 9’), de Chia Beloto
Híbridos (Hybrids, França, 2017, 6’20’’), de Florian Brauch, Matthieu Pujol, Kim Tailhades, Yohan Thireau e Romain Thirion
Peixe Assado (Peix al forn, Espanha, 2018, 4’), de Guillem Miró
Meu quintal é maior que o mundo (PB, 2021, 2’10’’), de Ana Bárbara Ramos
18h – Lançamento do livro “Cinema Ambiental: Filmes, Festivais, Plataformas, Angústia e Esperança”, de Solange Alboreda
19h – Curta: Per Capita (PE, 2021, 15′), de Lia Letícia Longa: O Bem Virá (PE, 2020, 80’), de Uilma Queiroz, sessão seguida de debate com as realizadoras.
VIRTUAL
Quarta 01/12
16h – 2º Encontro de Festivais Ambientais de Cinema
18h – Longa: Luz nos trópicos (RJ, 2020), de Paula Gaitán
Quinta 02/12
16h – Debate: O desafio da década: a restauração dos oceanos e a perda da biodiversidade
Convidados:
-
Heloísa Schurmann (Voz dos Oceanos)
-
Andrea Olinto (Coordenadora de Política Costeira – SEMAS)
-
Rômulo Faria (Gerente Geral de Licenciamento e Áreas Verdes – SMMA)
18h – Longa: Essa terra é nossa (MG, 2021), de Isael e Sueli Maxakali
Sexta 03/12
16h – Debate: Marco Temporal: resistência e luta dos povos tradicionais
Convidados:
-
Iran Xucuru (Ativista)
-
Whodson Silva (Articulação Sertão Antinuclear)
-
Carolina Canguçu (Cineasta)
18h – Longa: A bolsa ou a vida (RJ, 2020, 102’), de Sílvio Tendler
Sábado 04/12
16h – Debate: Planeta em risco: a emergência climática, conflitos econômicos, políticos e impactos imediatos
Convidados:
-
Inamara Melo (Secretária Executiva – SEMAS)
-
Moacyr Araújo (Vice-reitor UFPE e Rede CLIMA)
-
Silvio Tendler (Cineasta)
Mostra virtual de curtas (29/11 à 07/12)
1 Peixe para 2 (PE, 2020), de Chia Beloto
Cidade Submersa (MG, 2020, 5’), de Bárbara Lissa
Dinheiro (MG, 2021,4’), de Sávio Leite
Foi Um Tempo De Poesia (CE, 2021, 13’), de Petrus Cariry
Henriqueta (RJ, 2021, 18’), de Anna Azevedo
Meu quintal é maior que o mundo (PB, 2021, 2’10’’), de Ana Bárbara Ramos
Meus santos saúdam teus santos (PA, 2021, 13’45’’), de Rodrigo Antônio
O Mundo Mineral (MG, 2021, 10’), de Guerreiro do Divino Amor
Pandelivery – quantas vidas vale o frete grátis? (SP, 2021), de Guimel Salgado e Antônio Matos
Portugal Pequeno (RJ, 2020, 19’), de Victor Quintanilha
Segunda natureza (PR, 2021, 12’21’’), de Milla Jung
Tambor ou bola (AL, 2020, 23’32’’), de Sérgio Onofre
Utopia (AP, 2021, 15’), de Rayane de Penha
Yabá (RN, 2021, 12’), de Rodrigo Sena
CAIS DO SERTÃO (vão livre)
Sábado 04/12
18h – Sessão Cinema do Mar
Curtas:
-
Híbridos (Hybrids, França, 2017, 6’20’’), de Florian Brauch, Matthieu Pujol, Kim Tailhades, Yohan Thireau e Romain Thirion
-
Peixe Assado (Peix al forn, Espanha, 4’), de Guillem Miró
-
Fragmentos de Gondwana (PE, 2021, 17’48’’), de Adalberto Oliveira
Longa:
-
Flutuantes (Brasil, 2013, 72’), de Rodrigo Savastano
AÇÃO AMBIENTAL
Domingo 05/12
08h – Ação de Limpeza Ambiental no Parque das Esculturas – Marco Zero (Xô Plástico, Recife sem Lixo, Green Girl)
FERNANDO DE NORONHA
Segunda 06/12
19h – Sessão 1:
1 Peixe para 2 (PE, 2020, 8’55’’), de Chia Beloto
Fragmentos de Gondwana (PE, 2021, 17’48’’), de Adalberto Oliveira
Utopia (AP, 2021, 15’), de Rayane de Penha
Foi Um Tempo De Poesia (CE, 2021, 13’), de Petrus Cariry
Meus santos saúdam teus santos (PA, 2021, 13’45’’), de Rodrigo Antônio
Terça 07/12
19h – Sessão 2:
Híbridos (Hybrids, França, 2017, 6’20’’), de Florian Brauch, Matthieu Pujol, Kim Tailhades, Yohan Thireau e Romain Thirion
Peixe Assado (Peix al forn, Espanha, 4’), de Guillem Miró
Meu quintal é maior que o mundo (PB, 2021, 2’10’’), de Ana Bárbara Ramos
Tambor ou bola (AL, 2020, 23’32’’), de Sérgio Onofre
Portugal Pequeno (RJ, 2020, 19’), de Victor Quintanilha
Yabá (RN, 2021, 12’), de Rodrigo Sena
20h30 – Debate após sessão
SERVIÇO
6ª Mostra Ambiental de Cinema do Recife – MARÉ
29 de novembro a 7 de dezembro
Cineteatro do Parque, Cais do Sertão, Fernando de Noronha e online
Gratuita