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Prefeitura do Recife anuncia recuperação dos 60 quiosques da orla de Boa Viagem e do Pina

De comum acordo com a Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife, a gestão municipal assume as obras dos novos equipamentos que terá investimento de R$10,2 milhões

Para beneficiar os recifenses, turistas e trabalhadores dos quiosques de coco da praia, a Prefeitura do Recife vai executar a obra de recuperação dos 60 quiosques da orla de Boa Viagem e do Pina. A gestão municipal assume o comando dos trabalhos após encerrar o termo de cooperação firmado em julho de 2020 com a Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR), e que previa que os próprios comerciantes seriam responsáveis pela requalificação dos quiosques, captando recursos junto a empresas privadas. Com o cumprimento dos prazos estabelecidos para o início dos trabalhos expirados – que deveriam ser iniciados ainda este ano – e em razão da urgência que cerca a necessidade dessa intervenção, a gestão municipal decidiu, em comum acordo com a associação, tomar a dianteira das intervenções. Assim, a prefeitura realizará a requalificação do novo projeto a partir de fevereiro de 2022, com o prazo de execução, para todos os equipamentos, de 15 meses.

“A gente está publicando hoje, no Diário Oficial do Município, o edital de licitação para reforma dos 60 quiosques da orla. É um investimento de R$ 10,2 milhões e vai ser custeado 100% pelo município. E a nossa expectativa, com o edital publicado hoje, é que a partir de fevereiro, a gente já tem obra requalificando os 60 quiosques da Orla”, anunciou o prefeito João Campos. “Os quiosques serão completamente móveis, então vai ser outra estrutura, outro layout, e foi feito conversando com os quiosqueiros, com especialistas que participaram da concepção. Então ele tem uma maior área de cobertura, e uma maior área interna. Essa coluna central, que é muito criticada pelos quiosqueiros, vai ser retirada. Então é um novo projeto, vai ser maior, com uma estrutura muito mais moderna. Todos os 60 quiosques serão repaginados”, disse ele ainda.

O edital foi publicado nesta sexta-feira (12.11) no Diário Oficial do Município. As obras terão custo total de R$ 10,2 milhões – recursos do Tesouro Municipal. Os serviços serão realizados em dez lotes de seis quiosques cada. O valor do projeto representa 50,54% a menos que os R$ 20,7 milhões previstos no estudo promovido pela Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife. As obras dos novos quiosques da orla serão executadas pelo Gabinete de Projetos Especiais e conta com a parceria da Secretaria de Políticas Urbanas e Licenciamento.

Os quiosques terão tamanho padrão de 39,8 metros quadrados de área coberta, sendo 12,14 metros quadrados de área interna – maiores que as estruturas atuais. A ideia do projeto é realizar a transição entre o ambiente natural da praia e o construído – calçadão e avenida – mantendo aspectos de segurança, durabilidade, manutenção, funcionalidade e acessibilidade.

O sistema de lajes de concreto de alto desempenho vai garantir segurança e durabilidade aos quiosques, além de facilitar a manutenção. Com isso serão evitados os arrombamentos que viraram constante na orla. A acessibilidade está contemplada no projeto – os equipamentos têm previsão de balcão acessível para atendimento de cadeirantes. O projeto terá forte identidade recifense, com a preservação da herança arquitetônica, da memória urbana e da cultura popular da cidade. A laje plana projetada dialoga com a linha do horizonte da praia. 

O concreto pigmentado na cor areia confere originalidade e contemporaneidade ao conjunto dos quiosques, como encontrado no Museu Cais do Sertão em Recife, no Paço das Artes em São Paulo, no Museu Casa Paula Rego em Portugal, ou mesmo, no Museu Iberê Camargo em Porto Alegre com o concreto branco estrutural.

O painel de azulejaria de tradição portuguesa e largamente utilizado na arquitetura moderna brasileira e pernambucana – a exemplo dos encontrados no Edifício Acaiaca em Boa Viagem, Edifício Barão de Rio Branco na Boa Vista, do arquiteto Delfim Amorim e nos volumes das cascas de cobertas pré-moldadas de Armando de Holanda no Parque dos Guararapes – foi incorporado ao projeto, com um redesenho das antigas velas e ondas das calçadas da Avenida Boa Viagem, se transformando num momento de resgate da memória urbana do Recife. Os azulejos revestirão os depósitos que irão auxiliar na organização do novo layout interno. Os beirais amplos dos quiosques trarão sombras mais  generosas, dando o conforto ambiental tão necessário nas cidades tropicais.

“Os quiosques foram pensados de acordo com quatro pilares que são a historiocultura do Recife, a segurança, a funcionalidade e a durabilidade, e a acessibilidade. Em relação a historiocultura, a arquitetura foi pensada para ter revestimentos cerâmicos remetendo a azulejaria tradicional dos portugueses e terão desenhos conforme os calçadões antigos de Boa Viagem com velas e barcos”, comentou a chefe do Gabinete de Projetos Especiais Cinthia Mello.

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