Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado ontem (09) pelo IBGE, apresentou alta de 2,17% em maio, um aumento de 0,96 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (1,21%), registrando a maior taxa desde junho de 2021. Dessa forma, o acumulado no ano é de 5,77%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 15,44%, pouco acima dos 15,00% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado, o índice foi de 1,78%.
O custo nacional da construção (por metro quadrado) passou de R$ 1.567,76 em abril para R$ 1.601,76 em maio, sendo R$ 962,98 relativos aos materiais e R$ 638,78 à mão de obra. “A taxa de maio foi influenciada pelas altas nos materiais e pelos diversos acordos coletivos firmados no mês”, explica Augusto Oliveira, gerente do Sinapi.
A parcela dos materiais continua a trajetória de alta. Em maio, subiu 1,96% (ou 0,10 ponto percentual), apresentando a maior variação desde agosto de 2021. Na comparação com o índice do ano anterior (2,66%), houve queda de 0,70 p.p..
Já na parcela que diz respeito à mão de obra da construção, os vários acordos coletivos firmados no mês pressionaram para a o resultado de 2,49%, uma alta de 2,25 p.p. em relação a abril (0,24%). Também houve aumento no comparativo anual, crescendo 1,91 p.p. em relação a maio de 2021 (0,58%). “Essa recomposição salarial atinge todos as categorias profissionais, tanto os que ganham o piso, quanto os que ganham acima, impactando no índice”, justifica o gerente da pesquisa.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, materiais registram 5,82% e mão de obra, 5,69%. Já no quadro do acumulado dos últimos 12 meses, o resultado foi 18,89% (materiais) e 10,59% (mão de obra).
Goiás registra a maior alta entre estados; Centro-Oeste é a região com maior variação
Goiás foi a unidade da federação com maior aumento nos custos da construção, atingindo alta de 5,16%. O estado de São Paulo (4,13%) também foi destaque, seguido por Acre (3,78%), Rio de Janeiro (3,63%), Espírito Santo (3,43%), Distrito Federal (3,35%) e Maranhão (3,22%)
Augusto afirma que a pesquisa captou alta na parcela de materiais e reajustes nas categorias profissionais em Goiás. “O mesmo caso de São Paulo, que também firmou acordo coletivo, impactando o índice na construção paulista, o estado de maior peso na pesquisa. Devido a isto, ambos estados registraram as maiores variações”, completa.
O resultado em Goiás ajuda a explicar o índice no Centro-Oeste, que apresentou a maior variação entre as regiões pelo terceiro mês consecutivo, com taxa de 3,24%. “Houve altas significativas na parcela dos materiais em todos os estados da região, além dos acordos coletivos registrados em Goiás e Distrito Federal”, detalha Augusto. A região Sudeste registrou alta de 3,19%, enquanto o Nordeste teve taxa de 1,40%, o Norte apresentou índice de 1,22% e o Sul marcou o menor crescimento, de 0,70%.
Já no que diz respeito aos custos regionais, o Sudeste marcou o maior valor (R$ 1.676,34), seguido pelo Sul (R$ 1.649,32) e pelo Centro-Oeste (R$ 1.623,17). Norte (R$ 1.590,14) e Nordeste (R$ 1.489,50) registraram o menor custo.
Mais sobre o Sinapi
O Sinapi, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e dies para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
As estatísticas do Sinapi são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.
Essas informações são da Agência IBGE