Justin Bieber vendeu os direitos de suas músicas para a empresa Hipgnosis Songs Capital por US$ 200 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão.
A empresa agora é dona de todo o repertório do pop star, incluindo seus maiores sucessos, como Baby e Sorry.
Bieber, um dos artistas de maior sucesso do século 21, faz parte do grupo crescente de artistas que venderam os seus catálogos.
Com a venda, a Hipgnosis receberá dinheiro cada vez que uma das canções do ídolo canadense for ouvida em streaming ou usada no rádio, televisão ou no cinema.
A empresa adquiriu os direitos autorais de Bieber para 290 canções e comprou sua participação nas gravações originais das músicas. Isso inclui todas as suas músicas lançadas antes de 31 de dezembro de 2021.
Embora a Hipgnosis não tenha divulgado os termos do acordo, uma fonte disse à agência de notícias AFP que a empresa pagou cerca de US$ 200 milhões.
Cada vez mais artistas estão vendendo seus catálogos, embora a tendência seja mais comum entre músicos mais velhos.
As lendas da música Bob Dylan e Bruce Springsteen venderam seus catálogos para a Sony nos últimos dois anos. Springsteen recebeu US$ 500 milhões com a venda de toda a sua discografia.
Análise de Sean Farrington, apresentador dos programas de da BBC Wake up to Money e Today
Os artistas emergentes de hoje podem se inspirar no “plano de aposentadoria” de Justin Bieber.
Bieber tinha duas opções: continuar sendo pago toda vez que um de seus sucessos fosse tocado ou vender os direitos de uma só vez por uma quantia astronômica.
O canadense optou pela segunda escolha, uma decisão geralmente tomada por cantores muito mais velhos que ele.
Como me disse o investidor que comprou os direitos de Bieber: “Isso dá a ele a chance de aplicar seu dinheiro como bem quiser e elimina os riscos do futuro”.
Como se tem retorno financeiro? Talvez a rainha do empreendedorismo musical, a bilionária Rihanna, possa lhe dar alguns conselhos.
‘Mais valiosos que ouro’
A Hipgnosis Songs Capital é uma entidade separada do Hipgnosis Songs Fund, que também construiu um catálogo de sucessos clássicos e recebe dinheiro de investidores institucionais.
Este fundo está listado na Bolsa de Valores de Londres desde 2018, enquanto a Hipgnosis Songs Capital não está listada em nenhuma bolsa.
O homem por trás de ambas as empresas é Merck Mercuriadis, que afirmou que sucessos musicais podem ser “mais valiosos do que ouro ou petróleo”.
Ele chamou a música de Bieber de “indiscutivelmente a trilha sonora definitiva da revolução do streaming”. Treze faixas de Bieber acumulam mais de 1 bilhão de streams em plataformas como YouTube e Spotify.
Queda no preço das ações
Como seu público ainda é relativamente jovem, diz o empresário, os royalties continuarão sendo pagos por “60 ou 70 anos”.
“O mais bonito da música é que quando essas obras se tornam sucessos, elas se tornam parte da nossas vidas e vivem para sempre”, disse Mercuriadis ao programa Today da BBC Radio 4.
No entanto, o preço das cotas de seu fundo caiu mais de 27% desde o ano passado.
Em dezembro, Mercuriadis disse que o preço das ações é decepcionante, mas disse acreditar na lucratividade de longo prazo do negócio.
“No mercado de música em geral, as pessoas continuam a ouvir e pagar por música, apesar dos crescentes problemas de custo de vida, com os fluxos de áudio dos EUA superando a marca de 1 trilhão por ano pela primeira vez”, disse.
“Esses são indicadores do crescimento que teremos à medida que a receita fluir para a Hipgnosis no processo de cobrança.”
Apesar de não estar envolvido nessa compra, o preço das ações do fundo subiu 1,6% após o anúncio do acordo com Justin Bieber.
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