Um tribunal indonésio condenou nesta quinta-feira (16) um policial a 18 meses de prisão por negligência no tumulto que deixou 135 mortos em um estádio de futebol em outubro de 2022.
Hasdarmawan — que, assim como muitos indonésios, também tem apenas um nome — foi imediatamente preso. Ele atuava como comandante da unidade da brigada móvel da polícia de Java Oriental na época da tragédia.
“O tribunal condena o réu, Hasdarmawan, a um ano e meio de prisão”, disse o juiz Abu Achmad Sidqi Amsya ao tribunal em Surabaya, capital de Java Oriental.
“O arguido falhou em prever uma situação que era de fato bastante fácil de antecipar. Havia a opção de não disparar (gás lacrimogéneo) para responder à violência dos torcedores”, acrescentou.
A promotoria havia pedido três anos de prisão.
Hasdarmawan, que tem sete dias para recorrer da decisão, negou ter ordenado a seus subordinados que atirassem gás lacrimogêneo contra a torcida.
Em outubro passado, uma confusão no estádio da cidade de Malang resultou na morte de 135 pessoas, incluindo mais de 40 crianças, depois que o time local Arema FC perdeu para o rival Persebaya Surabaya. Esta foi uma das piores tragédias da história em um estádio de futebol.
Enquanto os torcedores invadiam o campo no Estádio Kanjuruhan, a polícia disparou gás lacrimogêneo nas arquibancadas, causando uma debandada mortal.
Outro policial, Bambang Sidik Achmadi, acusado de ordenar o uso de gás lacrimogêneo, foi absolvido pelo tribunal porque as acusações “não foram comprovadas”.
Na última semana, o tribunal condenou o chefe do comitê organizador do partido, Abdul Haris, a 18 meses de prisão, e o chefe da segurança, Suko Sutrisno, a um ano.
O ex-diretor da empresa que dirige a divisão principal da Indonésia também é listado como suspeito e está sob investigação.
A tragédia de outubro obrigou as autoridades indonésias a enfrentar falhas em vários aspectos do esporte nacional, atormentado por anos por infraestrutura precária, má gestão e violência.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, ordenou uma investigação e prometeu demolir e reconstruir o estádio de acordo com os padrões da Fifa.
O órgão especial de investigação do evento pediu a renúncia de todo o comitê executivo da associação de futebol da Indonésia, mas seus integrantes se recusam a fazê-lo.
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Fonte: Folha PE