Uma mulher de 24 anos e um homem de 26 foram presos no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife, no início deste mês, apontados pela polícia como responsáveis por um “delivery de drogas”. Eles, que têm um relacionamento amoroso, recebiam encomendas de entorpecentes por ligações e mensagens em redes sociais e os entregavam em locais de grande movimentação de pessoas e até em escolas.
A prisão dos dois suspeitos de tráfico de drogas foi apresentada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira (8), no Recife. O principal entorpecente vendido pelo casal era maconha. A investigação policial apura quem era o fornecedor.
Policiais chegaram na casa da mulher quando uma nova carga da droga, cerca de três quilos de maconha, seria entregue a ela, que não estava no local. Uma irmã da suspeita foi levada à delegacia para ser ouvida, quando o delegado então conseguiu ligar para ela.
“Solicitamos que ela comparecesse [na delegacia] já que a droga era dela e ela disse que ‘não acreditava que seria presa’, que ‘não daria nada’ e que a polícia ‘não iria localizar ela’ e que poderia até prender os familiares dela que ela não iria à delegacia. Ela foi muito contundente nesse sentido de não querer se entregar e prejudicar a própria família para não se entregar à polícia”, contou o delegado Igor Leite, titular da Delegacia de Afogados.
A polícia seguiu monitorando a suspeita e encontrou a mulher na casa do namorado. “Ela não conseguiu fazer a entrega do entorpecente naquele dia, ainda estava com 100 gramas de maconha que levou para a casa do namorado e conseguimos, durante a madrugada, fazer o cerco no local e efetuar a prisão dela em flagrante”, continuou .
O delegado Igor Leite explicou que as investigações sobre o casal tiveram início no mês de janeiro. Eles vendiam a droga em bairros da capital pernambucana como Areias, Afogados e Estância – às vezes fora dessa área. A polícia também apreendeu os três quilos de maconha que estavam na casa onde a mulher mora com a família.
Mulher foi presa com droga que seria entregue (Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco)
Escalada da venda e modus operandi
O casal inicialmente vendia a droga na porta da residência da mulher e perceberam, então, que o mercado seria melhor se fizessem o que a polícia chamou de “delivery de drogas”.
“Pegava aquela maconha e, geralmente, no horário do almoço, fazia entrega em locais de grande movimentação de pessoas, a exemplo de comércios e principalmente, o mais grave, em escolas, onde os estudantes estavam saindo da aula. Eles iam até aquele local e entregavam com motoqueiro”, detalhou Igor Leite.
O modus operandi dos suspeitos consistia em tentar não levantar desconfiança da polícia. “Ela tentava passar despercebia, ia com motoqueiro [ao local de entrega], ia bem vestida, usava uma bolsa feminina para ocultar o entorpecente. Chegava nesses locais como se fosse buscar uma criança, quando, na realidade, estaria fazendo uma entrega de drogas”, destacou o delegado.
Apesar de as investigações terem começado em janeiro deste ano, o casal já era envolvido no tráfico de drogas. “Há alguns meses vinham fazendo a comercialização [das drogas] e, em dezembro do ano passado, iniciaram o delivery. Começaram a chegar informações de diversos pontos de que havia uma mulher fazendo entregas de drogas com um motoqueiro”, acrescentou Igor Leite.
O motoqueiro que auxiliava nas entregas era, geralmente, um de confiança da dupla, mas, às vezes, outros participavam. Igor Leite explicou que dois deles já foram identificados: “Ao curso da investigação, vamos concluir pelo indiciamento desses indivíduos. [Eles] podem ser presos ainda”. Ninguém da família da mulher foi preso, já que nenhum tinha envolvimento com o tráfico.
O delegado também detalhou que a mulher, ao ganhar mais confiança do fornecedor das drogas, foi recebendo, aos poucos, uma maior carga.”No iníco da comercialização, recebia 100, 200 gramas e agora estava recebendo 3 quilos ou mais durante a semana”, completou Leite.
Os dois, que não têm antecedentes criminais, foram encaminhados à audiência de custódia, na qual o juiz concedeu a liberdade de ambos para responder ao processo. A polícia, no entanto, deverá pedir a prisão preventiva da mulher ao final do inquérito policial.
Para denúncias de tráfico de drogas em Afogados e região, o delegado Igor Leite fornece o número de WhatsApp (81) 9.9488-7171. O sigilo é garantido, assegura a polícia.
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