No Brasil, mais de 90% dos candidatos a cargos eletivos acreditam que investir na formação de lideranças femininas pode aumentar a representatividade das mulheres nessas posições. Isso é o que mostra a pesquisa Mulheres na Política, realizada este ano, pelo Instituto Datasenado, com candidatos e candidatas das eleições de 2018 e 2020.
Segundo o instituto, a pesquisa quer entender o motivo da baixa representatividade feminina em cargos eletivos no país. A Lei de Cotas, de 2009, determina que os partidos políticos tenham pelo menos 30% de candidatos de cada um dos sexos, para concorrer às eleições. Quase 80% dos entrevistados entendem que a cota ajuda a eleição delas na política.
Para idealizadora do projeto Elas no Poder, Bárbara Libório, não basta lançar as candidatas, somente para cumprir as cotas. É preciso investir nas candidaturas femininas.
E isso se confirma na realidade: nas eleições de 2018, a porcentagem de candidaturas femininas para deputadas federais foi de 31%. Na prática, elas ocuparam somente 15% do total de vagas. No Senado: somente 13% das cadeiras foram ocupadas por mulheres.
A pesquisa ainda mostra que uma a cada três mulheres já foi discriminada no ambiente político, somente pelo fato de ser mulher. Bárbara Libório conta que as violências sofridas pelas mulheres dentro da política são de gênero porque não estão ligados à capacidade profissional ou política, mas sim ao corpo delas, à vida pessoal. Para ela, as violências são de várias formas, inclusive as chamadas “candidaturas laranjas”, porque desmotivam as mulheres a seguirem a carreira política e interferem na democracia.
Segundo o estudo, somando as eleições de 2018 e 2020, apenas 33% dos candidatos eram mulheres. O que mostra uma diferença proporcional, já que a população brasileira tem mais de 52% de mulheres com mais de 18 anos.
Fonte: Agência Brasil
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