O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta sexta-feira (9) a escolha de José Múcio Monteiro para comandar o Ministério da Defesa no futuro governo. Essa será a segunda participação de Múcio em governos petistas. Entre 2007 e 2009, ele foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais de Lula. Além disso, Múcio também foi deputado federal e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Apontado nos bastidores como um articulador político, Múcio tem bom trânsito entre os militares e é visto por integrantes do próximo governo como alguém que pode pacificar a relação de Lula com os integrantes das Forças Armadas – que demonstram reservas em relação ao petista. Exército, Marinha e Aeronáuticas são vinculadas à pasta que será ocupada por Múcio.
Além de a maioria dos militares não terem simpatia pela esquerda, durante o período eleitoral Lula deu declarações que causaram mal-estar nas tropas. Ele chegou a indicar, por exemplo, que pretender demitir os militares que atualmente ocupam cargos no Executivo. “Nós vamos ter que começar o governo sabendo que vamos ter que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar”, disse, em junho, o então candidato Lula.
Ao indicar Múcio para a Defesa antes de decidir sobre os demais ministros, Lula não vai criar uma comissão específica para fazer a transição na área da Defesa. Caberá a Múcio, a partir de agora, discutir os programas para o setor – inclusive com o comando das Forças Armadas.
A confirmação de Múcio também marca a volta de um civil para o comando do Ministério da Defesa, depois de cinco anos com militares no posto. Ao longo da campanha eleitoral, Lula já havia indicado a pretensão de ter um civil no comando da pasta da Defesa. Seria uma sinalização de que as Forças Armadas têm de se submeter ao comando civil. A avaliação de integrantes do PT é de que o futuro ministro terá a missão de “restabelecer” o papel constitucional das Forças Armadas. Além disso, um civil na Defesa também evitaria possíveis atritos entre Exército, Marinha e Aeronáutica – já que a escolha de um ministro de uma das três Forças poderia desagradar às outras duas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) só teve ministros da Defesa militares. O ex-presidente Michel Temer (MDB) também teve um militar no cargo, o general Joaquim Silva e Luna, em 2018. O Ministério da Defesa existe desde 1999 e, antes de Temer, só civis tinham comandado a pasta.
Com informações da Gazeta do Povo
Fonte: Blog do Jorge Lemos
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