A mística da camisa 10 no futebol é divida em dois momentos: AP e DP. Antes de Pelé e depois de Pelé. Na era que antecedeu Edson Arantes do Nascimento, ela marcava apenas uma das 11 numerações dos atletas que entravam em campo. Depois, simbolizou a imagem de que, quem vestia o uniforme com o 1 e 0 atrás, era o craque da equipe. Uma identidade visual do esporte. Feito que só poderia ser alcançado após o maior de todos os tempos deixar sua marca.
“O número 10, todo mundo fala: antes do Pelé, era só um número. Eu nem sabia que tinha essa importância, mas realmente depois que nós fomos campeões do mundo em 1958, (eu era o) jogador mais novo com 17 anos e o número 10…”, reconheceu o aniversariante em entrevista à série “Identidade FS”, do canal Foras de Série.
A numeração no futebol foi implantada em 1939. Na época, as camisas seguiam o modelo de jogo das equipes. O 1 para o goleiro, 2, 3 e 4 para defensores, 5, 6 e 7 para homens do meio-campo e, da 8 até 11, os atacantes.
Em 1956, ao substituir Vasconcelos, então dono da camisa 10 do Santos, Pelé transformou a simbologia do número. Ele, que atuava com a 8 anteriormente, vestiu a 10. E nunca mais quis saber de outro número.
Curiosamente, dois anos depois, no Mundial de 1958, o craque usou novamente a numeração. Desta vez, por uma “coincidência”. O próprio ex-atleta deu duas versões sobre o caso. Na primeira, disse que usou o uniforme por ser o décimo atleta inscrito na Copa do Mundo. Depois, indicou que foi por conta de um sorteio da Fifa.
Seja qual for o motivo, a numeração virou sinônimo de genialidade. Maradona, Zico, Zidane, Rivaldo, Ronaldinho, Messi e tantos outros que usaram o símbolo nas costas foram “súditos” do Rei que criou a mística da camisa 10.
Fonte: Folha PE