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Pais da menina morta em Porto de Galinhas vão ter audiência com o governador de Pernambuco

Uma audiência dos pais da menina Heloysa Gabrielle, de 6 anos de idade, vítima de bala perdida na comunidade das Salinas, em Porto de Galinhas, em Ipojuca, no litoral Sul de Pernambuco, com o governador do Estado, Paulo Câmara, será realizada ainda esta semana.

A audiência foi acertada em reunião dos familiares e representantes do Governo do Estado, no fim da manhã desta segunda-feira, após protesto realizado diante do Palácio do Campo das Princesas, no Recife. Na audiência, a família pretende discutir a ação da polícia que resultou na morte da criança. O governador Paulo Câmara está, nesta segunda, em Brasília.

“O secretário que representa a Casa Civil marcou uma audiência com o governador ainda esta semana. No máximo, na quarta ou na quinta, a gente vai se reunir. Nós pedimos que tudo isso seja documentado”, afirmou o advogado da família da garota, Eliel Silva. Após o encontro, os pais de Heloysa Gabrielle deixaram a sede do governo sem falar com a imprensa. 



Segundo a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, a menina foi atingida durante troca de tiros entre policiais e traficantes. Os moradores contestam essa versão e afirmam que não houve tiroteio. Ainda não foi identificada de qual arma partiu o projétil que atingiu Heloysa.

O advogado disse ainda que solicitou aos representantes do Governo o afastamento imediato dos policiais envolvidos no caso.

“A gente falou da violabilidade do domicílio porque, a partir do momento que a operação continua e não tem hora para acabar e que eles estão na comunidade abrindo as portas sem os moradores falarem que podem entrar, há uma violabilidade do domicílio. Já foi registrado para o secretário e ele disse que vai analisar junto com o governador o fim das operações nesse sentido”. 


 

Advogado da família de Heloysa. Foto: Marconi Meireles/Folha de Pernambuco

Eliel informou também que a família pediu celeridade nas investigações e na culpabilidade dos envolvidos. “Por se tratar de uma criança de 6 anos, é necessário que seja dado celeridade e prioridade absoluta. Se a polícia e a proteção não chegaram antes para a vida de Heloysa, que chegue agora nas investigações e responsabilizações imediatas de quem atirou e corroborou com esse tipo de violência”.

Em nota, a Secretaria da Casa Civil de Pernambuco detalhou a reunião. “O grupo solicitou que os policiais que participaram da operação do último dia 30, em Porto de Galinhas, sejam afastados das atividades ostensivas”, diz o comunicado.

Após a reunião no Palácio do Campo das Princesas, familiares da menina Heloysa e advogados da família foram até a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), na tarde desta segunda. Em nota, a SDS destacou que, na ocasião, mais um canal de comunicação foi aberto pela Corregedoria e colocado à disposição. 

“O órgão correicional destacou um servidor em Ipojuca para receber informações relacionadas ao caso e atender a população. A Corregedoria ressalta ainda que, na mesma noite do ocorrido, um processo foi instaurado para apurar os fatos e está em curso neste momento”, diz a nota. 

A SDS ressalta, ainda, que as investigações no âmbito da Polícia Civil de Pernambuco seguem em andamento pela 15ª Delegacia de Polícia de Homicídios/DHMS, coordenada pelo delegado Roberto Ferreira e que não é possível fornecer detalhes do trabalho em curso para não comprometer as diligências. 

Confira a nota da Secretaria da Casa Civil na íntegra:

A Secretaria da Casa Civil de Pernambuco informa que uma comissão, formada por familiares da menina Heloysa Gabrielly, advogados e movimentos sociais, foi recebida nesta segunda-feira (04), no Palácio do Campo das Princesas, pelo secretário-executivo de Articulação e Acompanhamento, Eduardo Figueiredo. 

Durante a reunião, o grupo solicitou que os policiais que participaram da operação do último dia 30, em Porto de Galinhas, sejam afastados das atividades ostensivas. Os familiares de Heloysa Gabrielly e advogados também relataram supostos atos de truculência na abordagem policial e pediram celeridade nas investigações, além de uma agenda com o governador Paulo Câmara. 

Em resposta, o secretário-executivo, primeiramente, solidarizou-se com o ocorrido e reforçou que o Governo do Estado não comunga com atos de truculência e que o governador Paulo Câmara já pediu rigor e celeridade nas apurações do caso. O secretário-executivo informou, ainda, que o governador irá receber a família da menina. A agenda deverá ser marcada ainda esta semana.

Sobre o pedido de afastamento dos militares, Eduardo Figueiredo afirmou que o pleito será encaminhado à Secretaria de Defesa Social (SDS). Ele também se colocou à disposição da família para esclarecer dúvidas que venham a surgir sobre o caso.

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