- Author, Michelle Roberts
- Role, Editora de saúde da BBC News
Cientistas japoneses descobriram uma maneira de revestir com ‘pele viva’ os rostos dos robôs, para obter sorrisos e outras expressões faciais mais realistas.
A descoberta foi feita a partir da imitação de estruturas dos tecidos humanos, de acordo com a equipe da Universidade de Tóquio, no Japão.
É verdade que o protótipo pode parecer mais com uma bala de gelatina do que com um ser humano.
Mas os pesquisadores dizem que abre caminho para a criação de humanoides realistas que se movimentam, com uma pele que se autorregenera — e não rasga ou se rompe facilmente.
A pele artificial é feita em laboratório, a partir de células vivas.
Não só é macia, como uma pele real, mas também pode se autorregenerar se for cortada, dizem os cientistas.
No entanto, as tentativas anteriores de aderi-la ao rosto dos robôs se revelaram complicadas.
A equipe tentou usar miniganchos como “âncoras” para prendê-la — mas eles danificavam a pele conforme o robô se movia.
Nas pessoas, a pele adere às estruturas subjacentes por meio de ligamentos — pequenas estruturas flexíveis de colágeno e elastina.
Para recriar isso, os pesquisadores perfuraram vários pequenos orifícios no robô, aplicaram um gel contendo colágeno e, em seguida, uma camada de pele artificial por cima.
O gel tapa os buracos e fixa a pele ao rosto do robô.
Cirurgia plástica
“Ao imitar as estruturas dos ligamentos da pele humana, e ao usar perfurações em forma de V especialmente feitas em materiais sólidos, encontramos uma maneira de aderir a pele a estruturas complexas”, explicou Shoji Takeuchi, pesquisador que liderou o estudo.
“A flexibilidade natural da pele e o forte método de adesão significam que a pele pode se mover com os componentes mecânicos do robô, sem rasgar ou descamar.”
Mas serão necessários muitos mais anos de testes até que a tecnologia se torne uma realidade cotidiana, dizem os pesquisadores.
“Outro desafio importante é criar expressões semelhantes às humanas, integrando atuadores sofisticados, ou músculos, dentro do robô”, diz Takeuchi.
Mas o estudo também pode ser útil em pesquisas sobre envelhecimento da pele, cosméticos e procedimentos cirúrgicos, incluindo cirurgia plástica.
Fonte: BBC
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