Com mais de cem peças, o acervo compõe um grande museu a céu aberto e é um dos mais importantes cartões postais da cidade. A Prefeitura do Recife investe R$ 5,5 milhões nesta intervenção que foi visitada pelo prefeito João Campos na manhã desta sexta-feira (25). (Foto: Rodolfo Loepert/ PCR Imagem)
Na manhã desta sexta-feira (25), o prefeito João Campos esteve no Parque das Esculturas para ver de perto uma das fases das obras de restauro e recuperação das peças que compõem o espaço. Um dos mais simbólicos cartões postais da capital pernambucana, o Parque passa hoje por uma grande intervenção que devolverá ao Recife o museu a céu aberto assinado pelo artista plástico Francisco Brennand. As obras de restauro das peças foram iniciadas no final do ano passado e são realizadas pelo também artista plástico e coautor do projeto do Parque das Esculturas, Jobson Figueiredo. A coordenação geral da intervenção é acompanhada pelo Gabinete de Projetos Especiais. A intervenção será feita em etapas e pode levar um ano até ser totalmente concluída, Os investimentos da Prefeitura são da ordem de R$ 5,5 milhões.
“A gente está aqui vistoriando a recuperação do Parque das Esculturas, que foi construído por Francisco Brennand e Jobson Figueiredo. Então Jobson tem conduzido toda a restauração, os elementos cerâmicos, os elementos de bronze, e com isso a gente garante o prazo de 12 meses para a execução plena da recuperação desse importante monumento recifense. São, R$ 5,5 milhões investidos pela Prefeitura do Recife e a gente vai poder ver esse importante patrimônio todo recuperado e entregue à população recifense. Então vamos juntos, vamos acompanhando cada obra da cidade, com muita precisão e com muito afinco”, afirmou João Campos.
O Parque das Esculturas foi um presente para o Recife, sua população e turistas em comemoração aos 500 anos do Brasil, em 2000. O acervo conta com mais de cem peças que ajudam a contar, de maneira simbólica, parte da história pernambucana por meio de elementos artísticos criados por Francisco Brennand. Ovos, pelicanos, serpentes, totens são algumas das figuras que fazem parte do conjunto da obra que é destino turístico e cenário fotográfico do Recife.
O trabalho de restauro e de reprodução de algumas peças foi projetado para acontecer em três frentes diferentes: no próprio Parque – sem a necessidade de interdição completa da área ao público -, na Oficina Brennand, onde estão sendo fabricadas as peças em cerâmica, e no ateliê/oficina de Jobson Figueiredo, onde se concentram os trabalhos voltados para a reprodução das esculturas em bronze – que é o caso da Serpente Marinha, algumas tartarugas e ovos. A Torre de Cristal, elemento de maior destaque dentre as peças do acervo com 32m de altura, foi isolada no mês passado e as obras de restauro já foram iniciadas.
Para Jobson Figueiredo, o Parque das Esculturas tornou-se um verdadeiro cartão postal do Recife. “É um parque de arte, de dezenas de esculturas, criadas pelo mestre Francisco Brennand e é um cartão postal. Ao se revitalizar isso, nós estamos revitalizando não só a nossa memória cultural, reconhecendo que é uma marca internacional, mas é também oferecer acervo, cultura e economia, para o estado. Nós estamos honrando, reconhecendo, o valor da nossa cultura, dos nomes dos nossos grandes artistas e dando efetividade para um apoio econômico para toda a população”, comentou ele.
Segundo o artista, ser o responsável pelo restauro das peças é reencontrar Francisco Brennand e o patrimônio que são as próprias obras. “Francisco era amigo, irmão e parceiro de vários trabalhos nossos ao longo de mais de 40 anos. Desde a época em que fui crítico de arte do Jornal do Commercio e presidente da Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco, Francisco Brennand era parceiro e fazia parte também da Associação. Essa parceria e esse projeto de arquitetura de Reginaldo Esteves para mim significa um marco de consolidação em termos da produção da memória e da capacidade artística como escultor de Francisco Brennand. Refazer isso para mim é refazer a própria memória, esse reencontro com Francisco, reencontro com esse patrimônio e com esse trabalho importantíssimo que conseguimos realizar”, disse.
A restauração e recuperação das peças faz parte da primeira etapa de um conjunto de obras que contempla ainda a requalificação de todo o espaço onde o acervo está localizado. Essa segunda parte está prevista para ser licitada ainda este ano. Ainda no ano passado, o Parque de Esculturas ganhou iluminação cênica e a instalação de sistema de videomonitoramento infravermelho, monitoramento 24h da Secretaria de Segurança Cidadã do Recife e reforço de vigilância realizado em três turnos diários de 8h cada por dois vigilantes a cada turno no local.